Publicada em 24/11/2023 às 08h47
Mal começou o período de trégua entre Israel e o grupo extremista Hamas e milhares de palestinos que estavam no sul da Faixa de Gaza começaram a voltar para casa, nas regiões do centro e do norte. Mas relatos do local mostram que os militares israelenses tentam impedir esse retorno.
Em princípio, não é nenhuma quebra do acordo do cessar-fogo. O objetivo é não deixar que civis voltem a uma região chave para Israel na guerra contra o Hamas. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e militares deixaram claro que o conflito vai continuar depois dos quatro dias de trégua.
O site Al-Jazeera traz relatos de que as forças israelenses disparam até bombas de gás para impedir o retorno de palestinos ao norte. Quem consegue chegar até a residência, encontra prédios destruídos e ruas devastadas.
Israel, por outro lado, diz que usa apenas as redes sociais e lança panfletos alertando que os palestinos não voltem para o norte. Em um aviso no X (antigo Twitter), o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), em árabe, Avihai Adrai, pede para os civis ficarem longe da área de combate.
“A área norte da Faixa de Gaza é uma zona de guerra perigosa e é proibido mover-se para lá”, avisou Avihai Adrai. “Só se pode atravessar do norte da Faixa de Gaza para o sul através da estrada Salah al-Din. A faixa ao norte não será permitida de forma alguma.”
As IDF disseram não estar preparadas para manter a separação entre a parte norte da Faixa e a parte sul e para evitar o retorno dos membros do Hamas ao norte.
Os palestinos retornam às casas no norte para buscar roupas, comida, alguns bens e até tentar encontrar o corpo de algum parente morto durante as ofensivas israelenses.
Ambulâncias para palestinos
Com o cessar-fogo em Gaza em andamento, 10 ambulâncias se dirigiram para a Cidade de Gaza, no norte do território, a fim de resgatar pacientes. As informações são do Crescente Vermelho Palestino, um braço da Cruz Vermelha.
A operação foi “coordenada e acompanhada” pela ONU. As ambulâncias partiram de Khan Younis, no sul da faixa costeira. A sua missão era trazer doentes e feridos do Hospital Al-Ahli.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 22 dos 36 hospitais da Faixa de Gaza fecharam por causa da guerra entre Israel e Hamas.
Quatro caminhões de combustível e quatro de gás também entraram no território, a partir da cidade fronteiriça de Rafah, a fim de abastecer as cidades no sul.