Publicada em 01/12/2023 às 14h56
"Reiteramos urgentemente o nosso apelo a um cessar-fogo imediato e duradouro por parte de todas as partes no conflito. Sem um cessar-fogo, o número de mortos disparará e os civis em Gaza serão mais uma vez forçados a suportar os horrores inimagináveis das últimas semanas, sem nenhum lugar seguro para onde ir, sem abrigo e sem assistência humanitária", afirmou a diretora do departamento de Investigação, Advocacia e Política Global da Amnistia Internacional, Erika Guevara Rosas, citada em comunicado.
Segundo Erika Guevara-Rosas, os reféns ainda detidos pelo Hamas e outros grupos armados em Gaza "correm ainda mais riscos", tal como os civis em Israel.
Na sua opinião, os líderes mundiais devem "intensificar urgentemente" a sua pressão sobre as partes envolvidas no conflito para se alcançar um cessar-fogo que é "a melhor forma de garantir a proteção dos civis em Israel e nos territórios palestinianos ocupados".
E acrescentou: "Mesmo na ausência de um cessar-fogo, Israel e o Hamas devem proteger os civis, respeitando plenamente as regras do direito humanitário internacional".
Erika Guevara-Rosas disse que embora a libertação de reféns, cidadãos israelitas e estrangeiros, e de detidos e prisioneiros palestinianos seja um alívio para as famílias e entes queridos, "isso não é suficiente".
A trégua entre Israel e o Hamas expirou esta manhã e os combates recomeçaram na Faixa de Gaza, anunciaram os dois lados do conflito.
O exército israelita acusou o Hamas de ter quebrado o cessar-fogo e anunciou a retoma dos combates, minutos depois de ter terminado a trégua temporária estabelecida a 24 de novembro.
"O Hamas violou a pausa operacional e, além disso, disparou contra território israelita. As Forças de Defesa de Israel retomaram os combates contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza", declarou o exército, em comunicado.
O Ministério do Interior da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007, afirmou que "os aviões israelitas estão a sobrevoar a Faixa e os seus veículos abriram fogo no noroeste do enclave".
A trégua expirou às 07:00 da manhã (05:00 em Lisboa).
A interrupção dos combates começou há uma semana, a 24 de novembro, inicialmente durante quatro dias até ter sido prolongada com a ajuda do Qatar e do Egito, países mediadores.
Durante a trégua, o Hamas e outros militantes de Gaza libertaram mais de 100 reféns, na maioria israelitas, em troca de 240 palestinianos detidos em prisões de Israel.
O grupo islamita realizou um ataque surpresa contra Israel a 07 de outubro, causando 1.200 mortos e mais de 200 reféns, que levou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a declarar guerra ao Hamas e a lançar uma ofensiva na Faixa de Gaza que já custou a vida a mais de 15 mil pessoas.