Publicada em 28/12/2023 às 08h41
Presidente da Argentina, Javier Milei anunciou, nesta quarta-feira (27/12), que o país passará a emitir notas de 20 mil e 50 mil pesos, o equivalente a R$ 120 e R$ 300, respectivamente. A medida do ultraliberal é facilitar as transações em dinheiro vivo no país, que vive um momento de alta na inflação.
“Sim. É uma tortura o problema do dinheiro. Imagina que você tem que fazer um pagamento em dinheiro e tem que andar com um bolo de papéis. É uma etiqueta na testa dizendo ‘me roube’. Isso dificulta muito as transações e aumenta muito os custos”, justificou Milei.
A declaração ocorreu durante uma entrevista concedida ao canal de notícias La Nación +. Durante a conversa, o chefe do Executivo disse que a medida vai reduzir a quantidade de notas circulando no país.
“[O bolo de notas] só vai circular quando compramos dólares e, nesse sentido, tirando o setor cambiário, a quantidade de dinheiro estaria fixa”, completou.
Apesar do anúncio, o novo presidente não informou quando as novas notas começarão a ser emitidas. Atualmente, a mais alta da Argentina é a de dois mil pesos, cerca de R$ 12.
Inflação na Argentina
O ultraliberal Javier Milei chegou ao poder com propostas ambiciosas para tentar conter o aumento da inflação no país. O novo presidente foi empossado em 10 de dezembro e, desde então, a carne bovina aumentou 73% e o preço da abobrinha, 140%, segundo levantamento realizado pelo New York Times.
Em novembro, o índice de inflação ao consumidor na Argentina (IPC) atingiu 12,8%, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censo (Indec). Com isso, a taxa em 12 meses atingiu 160,9%.
Na semana passada, Milei anunciou o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), que estimula a desregulação econômica da Argentina. Um dos pontos do texto é a desregulamentação do serviço de internet via satélite e a medicina privada.