Publicada em 29/12/2023 às 14h58
O balão espião da China que sobrevoou a parte continental dos Estados Unidos no começo deste ano se conectou a um provedor de internet americano para receber e enviar dados, informou nesta sexta-feira (29) a rede de TV NBC News, citando fontes oficiais.
Nos dias em que o balão permaneceu sob território americano, o governo pediu secretamente ao Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira Federal uma ordem para coletar informações sobre ele — a decisão, todavia, não foi divulgada.
Segundo a reportagem, uma ordem judicial desse tipo teria permitido que as agências de inteligência dos EUA conduzissem vigilância eletrônica no balão enquanto ele voava sobre os EUA e enviava e recebia mensagens para e da China, incluindo comunicações transmitidas por meio do provedor de serviços de internet americano.
A empresa do provedor de internet, cujo nome não foi divulgado, nega que sua rede tenha sido utilizada pelos chineses.
Não seria a primeira vez que Pequim teria usado secretamente prestadores de serviços comerciais de outro país para comunicações, acrescenta o artigo.
A passagem do balão chinês pelos EUA, entre o fim de janeiro e o início de fevereiro, causou um mal-estar diplomático com a China. O dispositivo sobrevoou áreas militares sensíveis.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, adiou uma visita a Pequim. "Trata-se de um ato irresponsável e uma violação clara da soberania americana e do direito internacional, que mina o propósito da viagem", disse ele na ocasião.
A China se defendeu da acusação de que se tratava de um dispositivo de espionagem. "Esta é uma aeronave civil usada para fins científicos, principalmente meteorológicos", afirmou, acrescentando que o balão havia ficado à deriva.
Em 4 de fevereiro, uma aeronave militar americana abateu o balão, que caiu no mar, na costa da Carolina do Sul, e os destroços foram recolhidos pela Marinha.