Publicada em 14/12/2023 às 08h56
As fortes chuvas que atingem a Faixa de Gaza pioraram a situação na região que, há meses, sofre com as consequências da guerra entre Israel e o Hamas. De acordo com o canal de notícias Al Jazeera, a situação tem atingido especialmente os palestinos que precisaram migrar internamente para fugir da guerra.
De acordo com relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, sigla em inglês), mais de 1,93 milhão de palestinos se deslocaram internamente para fugir do conflito. O número representa cerca de 85% de toda a população da Faixa de Gaza.
Uma grande parcela de palestinos forçados a se deslocarem internamente se concentram em tendas improvisadas. Com as chuvas, o frio e os alagamentos, a situação ficou ainda mais complicada para as famílias que lidam com a guerra.
Guerra continuará
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou, nesta quarta-feira (13/12), que seguirá com a guerra contra o grupo extremista Hamas, ainda que enfrente pressão da comunidade internacional. A informação é do portal israelense Haaretz.
“Estamos indo até o fim, não há dúvida sobre isso. Digo isso apesar da enorme dor, mas também apesar das pressões internacionais. Nada nos impedirá, vamos até o fim, até sermos vitoriosos, e nada menos”, ressaltou Netanyahu em visita a uma unidade militar no sul de Israel.
A declaração ocorre um dia depois de a Assembleia-Geral da ONU aprovar uma resolução que pede cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas.
O texto também exige a libertação de todos os reféns, de forma imediata e incondicional. A proposta foi aprovada por 153 votos a favor, 10 contrários e 23 abstenções.
Também nessa terça (12/12), o presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, alertou que Israel ameaça perder apoio internacional em razão do “bombardeio indiscriminado” contra civis na Faixa de Gaza.
Israel voltou a bombardear a Faixa de Gaza após o fim de uma trégua no início de dezembro. A interrupção nos bombardeios e nas incursões terrestres durou sete dias, de 24 a 30 de novembro, o que permitiu a libertação de reféns e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Durante a vigência do acordo, o Hamas libertou 105 reféns que haviam sido capturados no ataque de 7 de outubro a Israel. Desse grupo, 81 são israelenses, e 24, estrangeiros, sendo estes negociados fora do acordo. Ainda assim, Israel estima que o número de reféns ainda sob custódia do Hamas e de outros grupos da região seja de 137.
O acordo firmado entre os dois lados do conflito previa que, em troca da libertação de reféns, Israel soltasse prisioneiros e detidos palestinos. Somados os sete dias de trégua, o lado israelense permitiu a soltura de 240 prisioneiros. A maior parte dos palestinos soltos é formada por mulheres e menores de 18 anos.
Israel e Hamas travam uma guerra no Oriente Médio desde 7 de outubro, quando o grupo extremista invadiu o território israelense e matou mais de 1,2 mil pessoas. Desde então, Israel promove bombardeios à Faixa de Gaza, que já resultaram na morte de mais de 18 mil palestinos.