Publicada em 26/12/2023 às 08h34
Na manhã desta segunda-feira de Natal (25/12), o papa Francisco concedeu a bênção “Urbi et Orbi” (“para a cidade, para o mundo e para o universo”, em latim), tradicional na data e na Páscoa. Por meio da mensagem, proferida da sacada central da Basílica de São Pedro, no Vaticano, o pontífice pediu pelo fim das guerras, que classificou como uma “viagem sem destino”; uma “derrota sem vencedores”; e uma “loucura indesculpável”.
No mesmo discurso, o papa criticou o mercado armamentista: “Para dizer não à guerra, é preciso dizer não às armas. Com efeito, se o homem, cujo coração é instável e está ferido, encontrar instrumentos de morte nas mãos, mais cedo ou mais tarde usá-los-á. E como se pode falar de paz se cresce a produção, a venda e o comércio das armas?”.
Em relação aos conflitos armados pelo mundo, o papa mencionou a situação entre Israel e Palestina, a guerra na Ucrânia, os ataques na Síria, além das desavenças entre as coreias do Sul e do Norte.
“Não esqueçamos as tensões e os conflitos que transtornam a região do Sahel, o Chifre de África, o Sudão, bem como os Camarões, a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul. Aproxime-se o dia em que serão reforçados os laços fraternos na península coreana, abrindo percursos de diálogo e reconciliação que possam criar as condições para uma paz duradoura”, afirmou o líder religioso.
Israel e Palestina
Em relação ao conflito entre Israel e Palestina, o papa Francisco se solidarizou com as famílias que vivem na Faixa de Gaza.
“Aproxime-se em Israel e na Palestina, onde a guerra abala a vida daquelas populações. A todas, abraço, em particular às comunidades cristãs de Gaza e de toda a Terra Santa. Trago no coração a dor pelas vítimas do execrável atentado de 7 de outubro passado e renovo um premente apelo pela libertação de quantos se encontram ainda reféns”, ressaltou.
O papa pediu, ainda, pelo fim de operações militares, com “seu espaventoso rastro de vítimas civis inocentes”, e que “se ponha remédio à desesperada situação humanitária, possibilitando a entrada das ajudas”.
“Não se continue a alimentar violência e ódio, mas avance-se no sentido de uma solução para a questão palestiniana, por meio de um diálogo sincero e perseverante entre as partes, sustentado por uma forte vontade política e pelo apoio da comunidade internacional”, completou Francisco.