Publicada em 12/12/2023 às 14h44
Com o conflito entre Israel e Hamas esteja a todo vapor na Faixa de Gaza, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, falou nesta terça-feira (12/12) sobre o futuro da região, atualmente governada pelo grupo palestino, e revelou um desentendimento com os Estados Unidos sobre o assunto.
Em um comunicado em vídeo, o primeiro-ministro de Israel agradeceu a ajuda americana na luta pela “destruição do Hamas” e afirmou ter recebido “total apoio”, para além do bloqueio da “pressão internacional para parar a guerra”, após conversas com Joe Biden.
Contudo, Netanyahu afirmou que o futuro de Gaza ainda é uma discussão sem consenso com Washington, maior aliado de Tel Aviv.
“Sim, há um desacordo sobre o ‘dia seguinte ao Hamas’ e espero que cheguemos a um acordo aqui também. Gostaria de esclarecer a minha posição: não permitirei que Israel repita o erro de Oslo“, disse se referindo a um acordo assinado em 1993 com a mediação dos EUA.
Na ocasião, Palestina e Israel se comprometeram a cessar os conflitos na região, com o reconhecimento Israel por parte dos palestinos e a criação de um Estado palestino com governo autônomo.
“Depois do grande sacrifício dos nossos civis e dos nossos soldados, não permitirei a entrada em Gaza daqueles que educam para o terrorismo, apoiam o terrorismo e financiam o terrorismo”, concluiu.
Os Estados Unidos, por sua vez, já declararam que se opõem à ocupação de Gaza por Israel, e tentam costurar um acordo para que a Autoridade Palestina (AP), que governa a Cisjordânia, tome conta do território no pós-guerra.
Guerra se estende
Apesar da fala de Netanyahu sobre o futuro da Faixa de Gaza, ainda não existem indícios de que a guerra esteja próxima de chegar ao fim.
Segundo os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas, mais de 18 mil palestinos foram mortos desde o início da guerra. Enquanto isso, 434 soldados israelenses morreram desde o último dia 7 de outubro, quando o grupo palestino assassinou ao menos 1,2 mil pessoas em território israelense, além de fazer mais de 230 reféns.
Além do alto número de mortos, a questão humanitária na região também se agrava a cada dia. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), 70% dos palestinos em Gaza foram obrigados a fugir de suas casa na Faixa de Gaza, classificada pela Unicef como um “cemitério de crianças”.