Publicada em 14/12/2023 às 09h02
O jornal Al-Araby Al-Jadeed, do Catar, publicou uma reportagem dizendo que Israel recorreu ao Egito para ser o mediador de um novo acordo com o Hamas. Um cessar-fogo na Faixa de Gaza seria respeitado para que o grupo extremista libertasse mais reféns.
Uma fonte egípcia afirmou ao jornal que a procura acontece na noite do último domingo (10/12), no encontro entre o chefe do Serviço Geral de Inteligência Egípcio, Abbas Kamel, e o chefe da Mossad (serviço secreto israelense), David Barnea. Os dois se reuniram para discutir a situação de guerra em Gaza.
“O chefe do Mossad informou ao lado egípcio sobre o desejo de negociação. E que o governo tornou-se aberto à possibilidade de entrar em negociações destinadas a libertar prisioneiros detidos pelo Hamas em Gaza”, apontou a fonte, que pediu o anonimato.
Razões para suposta procura de Israel por um mediador
A fonte aponta “derrotas” no campo de batalha e a pressão de cidadãos como razões dessa busca pelo Egito como mediador. O jornal diz que a resistência do Hamas tem sido mais forte que o esperado e que uma operação militar para resgatar um refém falhou – inclusive com a morte desse refém.
Atualmente, estima-se que o Hamas mantenha 138 reféns, 11 deles estrangeiros. Em um ato de violência nunca vista, o grupo extremista fez os reféns e matou mais de 1.200 civis e militares no dia 7 de outubro. Desde então, os dois lados entraram em guerra.
“Os contatos recentes incluíram um pedido direto para retomar as negociações , o que significa que há pressão sobre o governo. […] Há raiva e ansiedade generalizadas nas ruas e entre as famílias dos prisioneiros, que pressionam os governos dos quais alguns deles possuem nacionalidades”, afirmou a fonte do jornal.
Fontes palestinas afirmaram ao jornal Haaretz que realmente existem contatos informais com o Egito e Catar a fim de construir um esboço para um novo acordo. Mas nada está amadurecido.
Por outro lado, Bassem Naim, membro do escritório político do Hamas, afirmou ao jornal Al-Araby Al-Jadeed que a posição oficial do grupo extremista é de que enquanto os combates em Gaza persistirem, não haverá negociações sobre qualquer acordo.
O Hamas também disse que não foi procurado por qualquer mediador.