Publicada em 12/12/2023 às 14h52
"Em maio, todos os cidadãos do nosso país queriam que a guerra terminasse o mais rapidamente possível. Havia esperanças, mas não se justificavam. O facto de estarmos a defender o nosso país há dois anos já é uma grande vitória", disse Danilov numa entrevista à estação pública britânica, BBC.
Danilov afirmou que, embora as expectativas "demasiado otimistas" da Ucrânia no campo de batalha não se tenham concretizado, a guerra ainda não está perdida.
"As pessoas às vezes cometem erros", disse, ressalvando: "Isso não significa que a vitória não esteja do nosso lado, posso dizer com certeza que não vamos parar. Continuaremos a lutar pela nossa liberdade, pela nossa independência".
O secretário do Conselho de Segurança e Defesa explicou que a situação "muito difícil" na frente de batalha demonstrou que os "velhos manuais de guerra, incluindo os da NATO", tornaram-se desatualizados.
"Deveriam ser guardados nos arquivos. Nunca houve uma guerra como a do nosso país, nem no século XX nem no século XXI", acrescentou.
Danilov mostrou-se também confiante de que a tão esperada ajuda dos EUA acabará por chegar, uma vez que o Congresso está a debater um pacote de 60 mil milhões de dólares (cerca de 55 mil milhões de euros), apesar da relutância de uma parte do Partido Republicano em continuar a enviar mais fundos.
"Se acontecer recebermos uma prenda antes do Natal, ficaremos felizes, mas se isso acontecer mais tarde, não se deve transformar numa tragédia", disse Danilov, que negou considerar a possibilidade da Ucrânia perder esta guerra se a prometida ajuda de Washington não chegar.
Com a sua tão anunciada contraofensiva, a Ucrânia esperava recuperar áreas significativas dos territórios conquistados pela Rússia no início da invasão em fevereiro de 2022, bem como cortar as linhas de abastecimento através da península da Crimeia, sob a esfera de Moscovo desde 2014.
A contraofensiva agravou as tensões em Kiev e, desde então, têm sido acumuladas culpas e reprovações entre o governo e altos comandantes das Forças Armadas, chegando ao ponto de se especular sobre uma má relação entre o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o comandante-chefe das Forças Armadas, Valerii Zaluzhnyi.