Publicada em 21/12/2023 às 12h02
A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós Exposição (PEP) são métodos utilizados em todo o país para prevenir contra a infecção do HIV. Os medicamentos são oferecidos gratuitamente pela Prefeitura de Porto Velho, através da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), e estão disponíveis nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e no Serviço de Atendimento Especializado (SAE).
O QUE É PrEP?
A PrEP consiste na tomada de comprimidos diários e de forma contínua, antes da relação sexual, que permite ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV, a chamada exposição. Isso pode acontecer com o rompimento de preservativo, sexo oral sem proteção, acidentes de trabalho com objetos cortantes, entre outros.
O método se dá pela combinação de dois medicamentos (tenofovir + entricitabina) que bloqueiam alguns “caminhos” que o HIV usa para infectar o organismo. Além disso, a pessoa em PrEP realiza acompanhamento regular de saúde, com testagem para o HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Essa proposta é indicada para pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade para o HIV, como profissionais do sexo, travestis, pessoa que tem parceiro/a que vive com HIV, entre outros.
O QUE É PEP?
Proposta do PEP e do PrEP consiste no uso de medicamentos para redução de riscos
Conhecida como o oposto da PrEP, a PEP é também uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, mas que deve ser utilizada em até 72 horas após qualquer situação em que exista risco de contágio dos vírus, como violência sexual, rompimento de preservativo durante o ato, sexo sem proteção, entre outros.
A proposta consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Na PEP, os comprimidos antirretrovirais para HIV devem ser tomados durante 28 dias, sem interrupção, sob orientação médica após avaliação do risco. Depois disso, com 30 dias, da data em que aconteceu a exposição, o paciente retorna à Unidade de Saúde para acompanhar o caso, fazer um novo teste e saber qual o diagnóstico.
EFICÁCIA
Segundo o médico infectologista Marcos Alexandre, do Serviço de Atendimento Especializado (SAE), da Semusa, a PrEP e PEP serão eficazes somente se forem utilizadas corretamente. “Essas medicações precisam ser orientadas por um profissional de saúde e devem ser utilizadas de forma correta. Ambas as estratégias são eficazes para evitar a infecção pelo HIV, mas é importante destacar que elas não impedem a infecção de outras ISTs”, frisa Marcos Alexandre.
PRESERVATIVOS
O médico também alerta que a decisão do paciente em optar por uma das duas propostas não descarta a utilização de preservativos masculinos ou femininos. “Devido a PrEP e PEP prevenirem apenas contra o HIV, o uso dos preservativos não é descartado. Então, a pessoa que utiliza dessas duas estratégias precisa, também, fazer o uso de camisinhas para impedir a infecção por outras ISTs, como a sífilis, que tem crescido muito devido a isso”, destaca Marcos.
Na capital, a rede municipal de saúde disponibiliza, gratuitamente, camisinhas femininas e masculinas em todos os estabelecimentos como unidades básicas, UPAS, Sede da Semusa, Maternidade, CEM, entre outros. Não é necessário preencher cadastro ou enfrentar fila, também não há limitação de quantidade de preservativos distribuídos.
TESTE RÁPIDO
Em Porto Velho, também na rede municipal de saúde, os pacientes podem realizar testes rápidos de ISTs e hepatites virais. O serviço gratuito está disponível em todas as unidades de saúde, nas zonas urbana e rural. O médico alerta ainda que esses exames são fundamentais para identificar precocemente a presença de ISTs, permitindo que o tratamento seja iniciado o mais rapidamente possível e reduzindo o risco de transmissão.
“Realizar o teste deve ser uma missão de todos. Só sabendo a condição sorológica, a pessoa poderá proteger a sua saúde e a saúde de outros”, explica o médico.
NÚMEROS
Dados do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), apontam que até setembro deste ano, 248 casos de HIV/Aids em adultos já foram notificados em Porto Velho. Em todo o acumulado do ano passado, foram 262 registros de notificação do vírus.