Publicada em 07/12/2023 às 11h10
Popularmente conhecido como fumacê, a aplicação espacial do inseticida é utilizada para controle do mosquito transmissor da malária (Anopheles) e dengue (Aedes aegypti). No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) reforça que, apesar de serem aplicados apenas em situações de surto, cenário que não é encontrado no momento em Porto Velho, esse tipo de medida tem diferença.
INSETICIDA MALÁRIA
No caso da malária, a nebulização espacial, conhecida como fumacê, é utilizada em casos de surto da doença. Segundo a subgerente do Núcleo de Controle de Endemias, Malária e Dengue da Semusa, Jussara Alves, esse serviço era aplicado, com frequência, anos atrás.
“Há muito tempo, a população da zona urbana presenciava aqueles carros emitindo uma fumaça branca e densa. Essa atividade era realizada nos bairros justamente porque Porto Velho é uma área endêmica para malária, e, também, porque nós tínhamos muitas áreas de mata dentro da cidade, mas a nossa capital cresceu. Hoje, os casos de malária estão concentrados mais na zona rural”, explica.
INSETICIDA DENGUE
Utilizado para casos de surto de dengue, o Ultra Baixo Volume (UBV), que também é conhecido como fumacê, possui diferença do inseticida aplicado em casos de malária.
A subgerente do Núcleo de Controle de Endemias, Malária e Dengue da Semusa, explica que o UBV emite uma fumaça mais discreta, sem muita cor. “Esse inseticida, que as pessoas conhecem como fumacê, também é aplicado em casos de surto, mas ele é como se fosse uma neblina. O carro passa emitindo a fumaça, mas ela quase não aparece e os horários de aplicação também são diferentes do da malária”, relata.
EFICIÊNCIA LIMITADA
No entanto, a aplicação desses inseticidas só combate os mosquitos que estiverem sobrevoando no momento da pulverização. Por isso, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), sua eficácia é limitada.
Os mosquitos causadores da dengue e da malária, geralmente, vivem dentro dos domicílios da população, o que dificulta ainda mais a eficácia do fumacê. A aplicação do inseticida é considerada uma medida emergencial, destinada para locais de proliferação descontrolada do mosquito e com altos índices de casos e óbitos.
A utilização do fumacê deve ser realizada de forma estratégica, uma vez que seus resultados dependem da frequência, clima e aplicação correta do produto combinada de ações de conscientização da população.
PREVENÇÃO
A subgerente do Núcleo de Controle de Endemias, Malária e Dengue da Semusa, Jussara Alves, explica que a principal forma de combater os insetos é com medidas simples dentro de casa.
A prevenção inicia na educação em saúde e conscientização da população na atenção a acúmulos de água nos quintais que possam se tornar criadouros, a exemplo: no lixo, telhado, calhas entupidas, piscina, em garrafas, pneus e qualquer outro item que possa acumular água.
“O fumacê atinge o mosquito somente em sua forma adulta e apenas naquele dia de aplicação. Por esse motivo possui eficácia limitada e não substitui outras medidas de controle. A conscientização da população é parte fundamental nesse processo, que precisa adotar ações preventivas que possam combater criadouros do mosquito em suas residências. São medidas simples, mas que se somadas e realizadas em conjunto se tornam eficazes na redução da proliferação dos mosquitos causadores de dengue e malária”, frisa a subgerente.
Dentre as principais medidas para evitar a proliferação do mosquito da dengue estão:
• Evitar o acúmulo de água em calhas e outros recipientes;
• Destinar de maneira correta o lixo e outros resíduos;
• Limpar regularmente os quintais e piscinas;
• Cobrir caixas d'água;
• Utilizar areia nos vasos de plantas;
• Deixar garrafas e outros recipientes de cabeça para baixo;
• Retirar a água dos pneus e reservá-los em ambientes protegidos.
Limpeza deve monitorar acúmulo de água
Alguns dos cuidados necessários para controle e combate da malária:
• Uso de mosquiteiros para dormir;
• Evitar criadouros naturais do mosquitos como: beira de rio, igarapés e córregos, ao anoitecer;
• Usar repelentes e roupas que protejam braços e pernas quando estiver em contato com regiões alagadas;
• Inserir telas em portas e janelas de sua residência.
SINTOMAS
Segundo o Ministério da Saúde (MS), entre os principais sintomas da malária está a febre alta, podendo ser associada ou não a calafrios, tremores, sudorese, dor de cabeça e dores no corpo. Convulsões, diarréia, dor abdominal, falta de apetite, tontura e sensação de cansaço estão entre outros sintomas graves da doença.
Ainda segundo o MS, são sinais de dengue: febre alta, dores no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, falta de apetite, dores de cabeça e manchas vermelhas no corpo. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.
SERVIÇO
A Semusa disponibiliza diagnóstico e tratamento para pacientes com sinais e sintomas de dengue e malária. Qualquer pessoa com suspeita pode buscar atendimento médico imediatamente nas unidades de saúde de Porto Velho.
Em casos graves, o atendimento de urgência e emergência está disponível nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) das zonas Leste ou Sul, e nas policlínicas José Adelino ou Ana Adelaide.