Publicada em 02/12/2023 às 09h50
Alexei Navalny, de 47 anos, já está a cumprir mais de 30 anos de prisão, depois de ter sido considerado culpado de crimes como extremismo - acusações que os seus apoiantes consideram ter motivações políticas.
Em comentários transmitidos aos seus colaboradores, Navalny disse que tinha sido acusado ao abrigo do artigo 214 do código penal russo, que abrange crimes de vandalismo.
"Nem sei se devo descrever as minhas últimas notícias como tristes, engraçadas ou absurdas", escreveu ele em comentários nas redes sociais na sexta-feira através da sua equipa, acrescentando: "Não faço ideia do que é o artigo 214 e não há onde procurar. Saberão antes de mim".
Navalny, que lidera a partir da prisão uma equipa que faz publicações nas redes sociais, afirmou que as acusações fazem parte do desejo do Kremlin de "iniciar um novo processo criminal" contra ele "a cada três meses".
"Nunca antes, um condenado em prisão solitária durante mais de um ano teve uma vida social e política tão rica", brincou.
Alexei Navalny é um dos opositores mais firmes do Presidente Vladimir Putin, e tornou-se conhecido por fazer campanha contra a corrupção oficial e organizar grandes protestos anti-Kremlin.
O ex-advogado foi preso em 2021, depois de ter regressado a Moscovo vindo da Alemanha, onde recuperava do envenenamento com um agente que ataca o sistema nervoso de que foi vítima e que atribuiu ao Kremlin.
Desde então, foi condenado a três penas de prisão e enfrentou meses de confinamento solitário, após ser acusado de várias infrações menores.
Vários colaboradores de Navalny também enfrentaram acusações relacionadas com extremismo, depois de o seu Fundo Internacional contra a Corrupção e uma rede de escritórios regionais terem sido tornados ilegais, classificados como grupos extremistas, em 2021, medida que expôs a processos judiciais praticamente qualquer pessoa a eles afiliada.
Mais recentemente, um tribunal na cidade siberiana de Tomsk prendeu Ksenia Fadeyeva, que costumava dirigir o escritório de Navalny em Tomsk, ainda antes de ser julgada por extremismo.
Ksenia Fadeyeva foi inicialmente colocada em prisão domiciliária, em outubro, antes de ser novamente colocada em prisão preventiva. Se for considerada culpada, pode apanhar até 12 anos de prisão.