Publicada em 02/12/2023 às 09h46
O leitor pode estar questionando o motivo, ou motivos, que estamos constantemente cobrando o governo federal, por não procurar meios e soluções para restaurar a BR 319, única ligação asfáltica de Manaus com os demais Estados. No mesmo contexto está Roraima, que fica isolada via terrestre das demais regiões. Pela teimosia, ignorância, radicalismo em não restaurar a 319, pelo governo federal, e pressão da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defensora das Ongs, principalmente no chamado “Meião” com cerca de 400 quilômetros, que voltou a ser de leito natural devido à falta de conservação milhões de pessoas ficam no prejuízo.
Se no governo anterior não foram realizadas as obras necessárias na BR 319, por pressões internacionais, pois querem “tomar” a nossa Amazônia com o argumento solerte de “preservação da flora e da fauna”, por falta de coragem e negociação, o atual, quer de todas as maneiras fechar a estrada com apoio de uma ministra (Marina Silva), que nasceu na região, mas é teleguiada pelas Ongs, que são organizações não governamentais sem fins lucrativos (?). Como sem fins lucrativos!? Quem banca as centenas (dizem que são milhares) de Ongs que mandam e desmandam na Amazônia? Os diretores “trabalham” de graça? As mordomias com viagens, por exemplo, são bancadas por quem?
Ela talvez não se lembre, mas na década de 90, quando o PT não conseguia publicar nos jornais do Acre e de Rondônia editais, que são pagos, e o novo órgão de comunicação, que provocou uma reviravolta no jornalismo em Rondônia, Acre e Roraima o “Diário da Amazônia”, inaugurado em 13 de agosto de 1993 publicava os editais do partido como cortesia.
O DA com sede em Porto Velho tinha sucursais em Rio Branco (AC) e Boa Vista (RR) com toda a infraestrutura física e de profissionais. O jornal (“Primeira Mão, se não estamos enganados) era semanal e não tinha nenhum apoio dos órgãos públicos para circular. Durante a campanha em que Jorge Viana, hoje ministro, na época prefeito de Rio Branco, se candidatou a governador, durante o período eleitoral o DA enviava todas as semanas fotolito, chapas e bobinas de papel-jornal, pois os distribuidores, pressionados pela situação não entregavam as bobinas ao jornal petista acreano.
Também durante a campanha no Acre, o DA deixou à disposição um avião Cheyenne 4 com piloto à disposição de Jorge Viana e sua equipe. Ele se elegeu governador, o irmão, Tião, senador e o PT, na época, se consolidou no vizinho Estado.
Provavelmente nossa ministra não se lembra disso.
Esta semana Marina Silva, após não comparecer à CPI das Ongs no Senado, deixando de atender o convite alegando outro compromisso na data, foi intimada e marcou presença. Dentre outros absurdos, quando questionada sobre a BR 319, que está com o trecho central, de aproximadamente 400 quilômetros praticamente intransitável devido ao Inverno Amazônico (chuvas diárias durante cercas de seis meses), ela disse que a estrada não deve ser recuperada, restaurada, porque serve “apenas para passear de carro”.
Não é isso que está ocorrendo. Este ano o período de estiagem devido ao “El Nino” foi a maior dos últimos tempos. A maioria dos rios, sempre navegáveis, praticamente secaram. O Madeira há meses está com a navegação noturna paralisada e a diurna com as embarcações transportando o mínimo de peso. Com isso o povo ribeirinho ficou carente de alimentos, inclusive de água potável, porque a 319 não oferece condições de tráfego.
Manaus, cidade com mais de 2,3 milhões de habitantes ficou na dependência do transporte aéreo, em razão de a BR 319 não oferecer condições de tráfego seguro e a navegação, limitadíssima. A situação não chegou a ficar caótica na capital amazonense, mas esteve bem perto. Já os ribeirinhos tiveram que ser assistidos com alimentos e principalmente água potável, líquido que é abundante na Amazônia cortada por rios.
O direito constitucional do cidadão de ir e vir não pode ser ignorado. A economia regional também.
Foi das mais oportunas a intervenção do Parlamento Amazônico (PA), composto de nove Estados, hoje presidido pelo deputado Laerte Gomes (PSD/Ji-Paraná), líder do governo na Assembleia Legislativa (Ale), que publicou “Nota de Repúdio” pelas falas fora da realidade da ministra Marina, na CPI das Ongs. “Nós amazônidas sabemos a importância da preservação do meio ambiente, que precisa andar lado a lado com o desenvolvimento e qualidade de vida do povo que aqui reside, e a BR-319 é fundamental para isso”, diz trecho do documento contestando a intransigente, incoerente e negligente ministra.
Está correto o deputado Laerte Gomes, que assumiu recentemente a presidência do PA. A mobilização do parlamentar deve ser encampada pela Ale-RO, Governo do Estado, Associação Rondoniense dos Municípios (Arom), União de Câmaras e Vereadores de Rondônia (Ucaver), associações comerciais, OAB de Rondônia, Acre e Amazonas e a sociedade organizada, na luta pela restauração dos 900 quilômetros da 319 de Porto Velho a Manaus, inclusive transformá-la em Estrada Parque, e conscientizar o povo sobre a importância da rodovia, da mata, dos animais, das suas riquezas naturais e do ser humano.
Não é possível que o País fique nas mãos de Ongs, que aos poucos vão tomando na mão grande a nossa Amazônia, para favorecer países, que devastaram suas florestas e hoje, não tem uma árvore nativa. O pouco que tem é de reflorestamento.
Acorda Brasil, desperta Amazônia.
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