Publicada em 08/12/2023 às 10h53
Vladimir Putin, o presidente russo e a principal figura do país a seguir à queda da União Soviética, vai voltar a candidatar-se à presidência da Rússia, anunciando esta sexta-feira a sua candidatura às presidenciais russas de 2024.
Putin fez o anúncio durante uma cerimónia de condecorações no Kremlin. Segundo a agência estatal russa RIA Novosti, o presidente já tinha revelado a sua intenção em recandidatar-se a um comandante russo que combateu na Ucrânia.
Esta será a quinta vez que o líder russo se candidata à presidência da Rússia. Vladimir Putin foi presidente entre 2000 e 2008, começando a afirmar-se como o homem forte no Kremlin e a construir o seu regime e a sua manutenção no poder.
Putin passou depois para primeiro-ministro, com a presidência a passar para Dmitry Medvedev, mas o poder continuou nas mãos de Putin. Em 2012, passa de primeiro-ministro novamente para chefe de Estado, cargo que manteve até agora após anos de invasões na Ucrânia, de grande divergência com o Ocidente e com os Estados Unidos e de grande repressão política interna.
Apesar das difíceis condições económicas, impostas pelas sanções do Ocidente, de vários anos de conflito, da falta de liberdade de expressão e da repressão policial a qualquer forma de dissidência, Vladimir Putin mantém-se um líder claramente favorecido pelos russos, por muito por causa da gigante campanha de propaganda do Kremlin.
O presidente sobreviveu a várias tentativas de democratizar o país, com a ameaça mais forte ao seu poder a ser Alexei Navalny, que se encontra preso após ter sido envenenado, e as manifestações pró-democracia de 2021 que foram violentamente terminadas.
Recentemente, uma rebelião pelo líder mercenário Yevgeny Prigozhin, outra ameaça à sua continuidade em Moscovo, foi rapidamente afastada e Prigozhin acabou por morrer num misterioso acidente de aviação.
A aparente invencibilidade e omnipotência de Vladimir Putin na Rússia foi ainda mais firmada, com o presidente a alterar a constituição, que passou a permitir que este prolongue o seu mandato.
Caso Putin ganhe - e o mais provável é que ganhe, já que não há concorrência direta e o regime tem um historial de manipulação eleitoral -, o presidente de 71 anos irá tornar-se no líder do Kremlin há mais tempo no poder desde Estaline.