Publicada em 06/01/2024 às 09h41
Porto Velho, RO – O trio de irmãos Jaqueline, César e Ivo Cassol, todos membros do poderosíssimo clã regional e detentores de bagagem eleitoral, terão condições de influenciar o resultado das eleições municipais de 2024?
Em algum ponto, direta ou indiretamente, é provável que sim. A realidade é que o sobrenome carrega uma bagagem negativa em decorrência de o principal deles, Ivo, preservar-se engessado pela Justiça.
Como ocorreu em 2022, quando lançou-se como opção à condução do Palácio Rio Madeira, tornando-se, lá pelas tantas, a principal frente diante de Marcos Rocha, do União Brasil (reeleito, no fim). Encurralado pelo Judiciário, abriu mão da candidatura.
Mas, mais do que desistir da candidatura, disse que, com a decisão da ocasião, também estava fora da política, soando uma deliberação de ordem definitiva.
“Eu quero dizer para vocês que eu estou fora da política. É a realidade. Saio de cabeça erguida, com dever cumprido. Fiz a minha parte. Eu poderia continuar, não vou continuar porque acho uma humilhação pelo que eu fiz, pelo que eu trabalhei, pelo que eu construí", entoou.
Já César, que já foi deputado estadual e também ocupou o posto máximo na Prefeitura de Rolim de Moura, prospera como empresário, e, por ora, não parece nutrir pretensões de ordem política.
Jaqueline, lado outro, acabou fazendo uma escolha arriscada quando trocou uma reeleição quase certa pela tentativa de ocupar a única vaga no Senado Federal deixada por Acir Gurgacz, do PDT.
Com isso, acabou sendo destronada por outra mulher, Mariana Carvalho, que ficou em segundo, com mais do dobro de votos, e o primeiríssimo, Jaime Bagattoli, do PL, pecuarista de Vilhena.
Possuidor do Toque de Midas às Avessas, como quando tentou apadrinhar nomes exóticos como Dj Maluco e Ivan da Saga, além do próprio genro, Júnior Raposo – isto sem contar quando lançou a esposa Ivone ao Senado –, não seria uma boa para Ivo participar do pleito como técnico, preparando alguém para representá-lo. Seria, pelo histórico, um caso natimorto.
No fim, a falta de interesse em si, a declaração do ex-senador da República, o sumiço na mídia e na participação político-social de modo geral, indica, para todos os efeitos, que a família Cassol perdeu parte de sua envergadura eleitoral.
Há duas décadas seria impensável dizer algo do tipo, porém, com o tempo, assistindo, ainda, quedas de grandes caciques políticos, como o próprio casal Raupp, é claro que o caminho está aberto, inclusive, para novas lideranças emergentes.
É preciso admitir que a rotatividade do eleitorado e a fluidez e rapidez das informações estão corroborando com a hegemonia das famílias tradicionais na política rondoniense.