Publicada em 10/01/2024 às 10h53
Foram reveladas, esta quarta-feira, novas imagens do opositor russo Alexei Navalny na prisão de alta segurança para o qual foi recentemente transferido. Segundo o site independente russo Mediazona, as imagens foram captadas durante uma audiência em tribunal.
Segundo a equipa do crítico do Kremlin, Navalny compareceu na audiência por videoconferência, no âmbito de uma ação judicial que interpôs contra a administração da colónia penal IK-3, na Sibéria, na qual está a processar as autoridades prisionais devido às condições da sua detenção.
Na terça-feira, Navalny anunciou que foi colocado em isolamento solitário durante uma semana por não se ter identificado corretamente. Segundo denunciou nas redes sociais, a medida foi tomada no momento da sua "libertação da quarentena", data que não especificou.
"A ideia de que Putin ficaria satisfeito com o facto de me ter colocado numa cabana no extremo norte e de que eu não seria de novo torturado em isolamento solitário não era apenas cobarde, mas também ingénua", criticou.
A sua porta-voz, Kira Iarmich, disse que esta foi sua 24.ª presença em isolamento solitário, num total de 273 dias.
Navalny chegou à colónia penal IK-3 no final de dezembro, depois de uma longa transferência durante a qual os seus familiares não receberam notícias. Os seus apoiantes afirmaram que as autoridades russas procuram isolá-lo ainda mais, no período que antecede as eleições presidenciais de março.
"Das mais remotas". O que se sabe sobre a prisão onde Navalny está detido
O opositor russo esteve três semanas desaparecido até ser localizado numa colónia penal no Ártico.
Sublinhe-se que o opositor russo estava a cumprir pena em liberdade condicional após ter sido acusado de fraude – uma acusação que diz ter sido fabricada – quando foi envenenado com um agente neurotóxico do tipo Novitchok, em agosto de 2020.
Após aquela que considera ser uma tentativa de assassinato por parte do Kremlin, o opositor de 47 anos foi transferido, a pedido da mulher, da Sibéria para a Alemanha para recuperar. Foi detido ao voltar para a Rússia, a 17 de janeiro de 2021.
Inicialmente, recebeu uma sentença de dois anos e meio de prisão por violação da liberdade condicional, mas, no ano passado, foi condenado a nove anos de prisão por "fraude" e "desrespeito do tribunal". Em agosto, somaram-se mais 19 pelo crime de extremismo.