Publicada em 27/02/2024 às 10h19
Hildon Chaves chama para si a responsabilidade de resolver o caos aéreo; no detalhe, Maurício Carvalho, líder da bancada, em manifestação pró-Bolsonaro
Porto Velho, RO – Desde julho de 2023, quando as empresas aéreas Gol e Azul anunciaram a redução de voos em Rondônia, a população do estado enfrenta um verdadeiro caos aéreo. Os preços exorbitantes e a falta de opções de voos têm deixado os cidadãos rondonienses financeiramente "ilhados" em seu próprio território.
O que é ainda mais preocupante é a aparente desatenção da classe política, tanto local quanto nacional, em resolver esse imbróglio que afeta diretamente a qualidade de vida da população.
Inicialmente, políticos de Rondônia se manifestaram diante da crise aérea no estado. No entanto, com o passar do tempo, o assunto parece ter sido relegado a segundo plano, enquanto os problemas persistem e se agravam.
A bancada federal de Rondônia, liderada por Maurício Carvalho, do União Brasil, demonstra mais interesse em questões partidárias e no status político do ex-presidente Jair Bolsonaro do que em buscar soluções para os problemas reais enfrentados pelos cidadãos.
A presença de dois senadores e cinco deputados federais de Rondônia em um evento de apoio ao ex-presidente, na Av. Paulista, em São Paulo, evidencia a priorização de questões distantes das necessidades da população local. Enquanto isso, o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, tem sido uma voz solitária na busca por uma solução judicial para o caos aéreo, abandonado por seus colegas políticos.
Até mesmo o presidente Lula, do PT, se pronunciou sobre a situação na época, mas desde então, não tomou medidas efetivas para resolver o problema, deixando os cidadãos de Rondônia à mercê das consequências do caos aéreo. O governador de Rondônia, Coronel Marcos Rocha, do União Brasil, também se mantém alheio ao assunto.
Além da inação política, é necessário destacar o comportamento condenável das empresas aéreas envolvidas. Gol e Azul, visando apenas o lucro, deixaram a população de Rondônia abandonada, obrigando-a a arcar com custos exorbitantes para viajar a qualquer lugar do Brasil.
Essa postura egoísta e descompromissada com o bem-estar da comunidade é inaceitável e merece repúdio.
Em resumo, é urgente que a classe política, as instituições e as empresas aéreas envolvidas no caos aéreo em Rondônia se comprometam verdadeiramente com a busca por soluções concretas e eficazes para garantir o direito básico de mobilidade da população.
A desatenção e a falta de ação não são mais toleráveis diante de uma situação que afeta tão gravemente a vida dos cidadãos rondonienses.
Linha do Tempo sobre o Caos Aéreo em Rondônia:
Agosto de 2023:
- Lula, presidente na época, manifesta preocupação com os preços das passagens aéreas e a falta de voos regionais no Brasil, especialmente em estados como Rondônia.
- Ele promete convocar as empresas aéreas para discutir o assunto e solicita um estudo sobre aviação ao ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França.
- Lula destaca a necessidade de voos regionais para garantir o direito de ir e vir da população.
Fevereiro de 2024:
- Audiência judicial é realizada para discutir a retomada dos voos comerciais suspensos em Rondônia desde 2023.
- Prefeitura de Porto Velho, representantes das companhias aéreas Gol e Azul, Ministério Público do Estado, Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Rondônia (OAB/RO), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e outros participam da audiência.
- Não há acordo entre a prefeitura e as companhias aéreas Gol e Azul.
- A prefeitura argumenta que a justificativa das companhias aéreas é considerada abusiva.
- Gol afirma que ainda não há prazo para retomada das rotas no estado, apesar de redução de alíquota proposta pelo governo estadual.
- Azul informa que o decreto não teve impacto em suas operações e que não há possibilidade de expansão da malha aérea.
- Uma nova audiência será marcada, sem data definida.
Apesar das discussões e promessas políticas desde agosto de 2023, o impasse entre a prefeitura de Porto Velho e as companhias aéreas persiste, deixando a população de Rondônia sem solução para o caos aéreo enfrentado.