Publicada em 09/02/2024 às 10h29
Parece história de filme, mas é real. O corredor queniano Michael Saruni tentou trocar de lugar com um sósia para não fazer exame antidoping, em 2022. A estratégia, porém, não deu certo. Saruni acabou pego e, nesta semana, recebeu suspensão de quatro anos, válida até 2027. O gancho foi definido pela Agência Antidoping do Quênia (ADAK), que já tinha afastado provisoriamente o corredor no início do ano passado.
Saruni disputou os 800 metros nas Olimpíadas de Tóquio, chegando às semifinais. Em 2022, durante as qualificatórias quenianas para o Mundial de atletismo, ele teve um comportamento suspeito. Selecionado para o exame antidoping, o corredor começou a tossir muito e pediu para ir ao banheiro.
– Eu conseguia ouvir alguém tossindo e apertando a descarga na cabine. Pedi para que a porta fosse aberta. Um homem saiu com as mesmas roupas da pessoa que vi entrar no banheiro. Percebi, no entanto, que ele não parecia um atleta que tinha acabado de competir e nem estava tossindo – contou Anthony Kamau, membro da ADAK, que acompanhou Saruni na preparação para o exame antidoping.
Ainda houve relatos de que, ao ser visto após a tentativa de troca com o sósia, Michael Saruni correu e pulou por cima de uma parede. Em sua defesa, o atleta alegou que nunca foi abordado para realização de exame antidoping, nem teve identificação pedida por membros da ADAK.
A agência queniana descarta esses argumentos e afirma que descobriu um pagamento feito por Saruni ao sósia, identificado como Dennis Mwangi. O corredor disse que o dinheiro ajudaria o amigo a lidar com despesas de hotel – versão também não acatada pela ADAK.
A suspensão de Saruni foi divulgada junto às de outros mais de 40 atletas quenianos. O país africano enfrenta uma onda de casos de doping, abrangendo vários esportes.