Publicada em 19/02/2024 às 14h54
Os países da União Europeia, incluindo a Alemanha, estão a pedir "mais sanções" contra a Rússia após a morte na prisão do opositor russo, Alexei Navalny.
Os Estados-membros da UE já estavam a discutir um pacote de medidas para assinalar o segundo aniversário da invasão russa da Ucrânia, que se assinala no próximo sábado, dia 24 de fevereiro, conforme avança a Sky News.
Este será o 13.º conjunto de sanções da UE desde que as tropas de Moscovo atravessaram a fronteira e encetaram um conflito armado em território ucraniano.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse esperar que os países procurem sanções específicas contra certos funcionários russos devido à morte de Navalny.
"Os Estados-Membros vão propor novas sanções contra os responsáveis. O responsável é o próprio Putin. Podemos ir até à estrutura institucional do sistema penitenciário na Rússia. Mas não se esqueçam de quem é o verdadeiro responsável pela morte de Navalny", declarou Borrell.
Entretanto, o responsável europeu revelou, numa publicação na rede social X (antigo Twitter) que expressou, em nome da UE, "as mais profundas condolências a Yulia Navalnaya".
"Vladimir Putin e o seu regime serão responsabilizados pela morte de Alexei Navalny", acusou, acrescentando que Yulia acautelou que "Putin não é a Rússia [e] a Rússia não é Putin".
De recordar que Yulia Navalnaya esteve hoje em Bruxelas e foi recebida pelos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros da UE, hoje reunidos na capital belga.
No encontro, os ministros europeus levantaram-se e aplaudiram longamente Yulia, no final de um breve discurso, segundo relatou um diplomata europeu citado pela agência francesa AFP.
Na intervenção, Yulia Navalnaya reafirmou o seu compromisso em continuar a luta do marido, reconhecido como o principal adversário político de Vladimir Putin.
"Alexei Navalny foi um herói e morreu como um herói", acrescentou a viúva.
Yulia Navalnaya também exigiu que a UE repreendesse Putin e "os oligarcas corruptos" que o apoiam, segundo o mesmo relato.
Vários ministros europeus afirmaram ser a favor de novas sanções contra a Rússia, antes do encontro com a viúva de Alexei Navalny.
"Implementaremos novas sanções", prometeu a ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock.
"Putin é um assassino. Putin assassinou uma pessoa que lutou pela liberdade, pela democracia", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia, Margus Tsahkna.
Para vários ministros, a melhor forma de enfraquecer o Presidente russo é ajudar a Ucrânia no seu esforço de resistência à invasão.
O alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros anunciou uma proposta para renomear o regime de sanções europeias para violações dos direitos humanos.
"Para lhe prestar homenagem e honrar a sua memória vamos [a Comissão Europeia] propor aos ministros renomear o nosso regime de sanções sobre direitos humanos com o seu nome, e chamar-lhe 'o Regime de Sanções sobre os Direitos Humanos Navalny', para que o seu nome esteja para sempre escrito no trabalho da UE a defender os direitos humanos", sustentou.
O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais críticos de Vladimir Putin, morreu na prisão, anunciou na sexta-feira o serviço penitenciário federal da Rússia.
Navalny, de 47 anos, estava numa prisão no Ártico, a cumprir uma pena de 19 anos de prisão sob "regime especial" e, de acordo com aqueles serviços, sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.
Durante o fim de semana realizaram-se vigílias de homenagem a Alexei Navalny em vários países.