Publicada em 15/02/2024 às 11h30
Porto Velho, RO – Em uma rede social, o senador Marcos Rogério, representante de Rondônia pelo PL, expressou sua discordância em relação à proposta de tornar obrigatória a vacinação contra a Covid-19 para crianças a partir de seis meses de idade.
Em seu pronunciamento, o senador destacou a ausência de respaldo científico para tal medida, alegando que as crianças desse grupo etário apresentam um baixo risco de desenvolver casos graves da doença, conforme indicação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Diante disso, Rogério anunciou a apresentação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 5/2024, com o intuito de evitar a obrigatoriedade da vacinação para esse público específico.
A UFSM ressalta que as vacinas disponíveis para uso em crianças foram aprovadas após rigorosa avaliação de agências reguladoras, como a Anvisa e a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, que atestaram sua segurança e eficácia. Além disso, a agência brasileira contou com a consulta e acompanhamento de um grupo de especialistas renomados.
Por sua vez, o Ministério da Saúde, sob a gestão do governo Lula, do PT, fundamenta a inclusão da vacinação pediátrica contra a Covid-19 no Calendário Nacional de Vacinação a partir de 2024 com base em evidências científicas e dados epidemiológicos. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente da pasta, Ethel Maciel, destaca que a vacinação é crucial para prevenir formas graves da doença, especialmente considerando que a Covid-19 é uma das principais causas de morte entre crianças e adolescentes.
Enquanto isso, o Conselho Federal de Medicina (CFM) iniciou uma pesquisa para compreender a opinião dos médicos brasileiros sobre a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 em crianças de 6 meses a 4 anos e 11 meses. A entidade destaca a importância do parecer dos profissionais de saúde para enriquecer o debate e subsidiar decisões futuras relacionadas à vacinação pediátrica.
Vacinação infantil contra a Covid-19 é reforçada por nota técnica da Fiocruz
O Projeto VigiVac da Fiocruz, dedicado à vigilância digital da efetividade das vacinas contra a Covid-19, divulgou uma Nota Técnica destacando a eficácia das vacinas aplicadas em crianças. A pesquisa, coordenada por Manoel Barral-Netto e Viviane Sampaio Boaventura, da Fiocruz Bahia, evidenciou que tanto a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, quanto a BNT162b2, da Pfizer, apresentam efetividade próxima a 90% contra a infecção pelo Sars-CoV-2, incluindo a prevenção da hospitalização devido à Covid-19.
Além disso, a nota técnica ressalta que a CoronaVac registrou uma taxa de 5% para eventos adversos leves, enquanto que na vacina Pfizer os eventos adversos graves foram raros.
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Destaca-se também a proteção oferecida contra a chamada "Covid Longa", uma condição em que os sintomas persistem após a fase aguda da doença, sendo a vacinação capaz de reduzir em até 41% o risco de crianças e adolescentes desenvolverem essa condição.
A importância da vacinação completa, incluindo as doses de reforço, é reiterada na nota técnica, enfatizando que a resposta imune protetora pode decair ao longo do tempo. O VigiVac alerta para a necessidade de imunização desse grupo etário, ainda vulnerável devido à baixa cobertura vacinal, e destaca a eficácia das vacinas mesmo em casos considerados como "falha vacinal", evidenciando sua capacidade de proteger contra formas graves da doença e suas complicações residuais.
Diante do embate entre o posicionamento do senador Marcos Rogério e as recomendações científicas e de saúde pública, o debate sobre a vacinação contra a Covid-19 em crianças continua a despertar discussões e reflexões no cenário político e acadêmico do Brasil.