Publicada em 13/03/2024 às 09h54
Porto Velho, RO – O deputado de Rondônia Coronel Chrisóstomo, do PL, encontrou-se isolado e ignorado pela imprensa brasileira após ser barrado na audiência planejada na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos EUA, onde uma delegação de parlamentares bolsonaristas, liderada por Eduardo Bolsonaro (PL), buscava discutir sobre uma alegada “ditadura judicial” no Brasil.
Antes do cancelamento repentino da audiência, Chrisóstomo compartilhou uma foto em frente ao Capitólio, em Washington, segurando uma bandeira do Brasil.
Na legenda, expressou suas preocupações sobre o estado atual da democracia brasileira e atacou o judiciário do país.
"BRASIL, espero que por meio desta audiência, o Congresso americano perceba que as instituições brasileiras foram sequestradas por um grupo de autoritários composto pelo judiciário e governo, que ameaça constantemente a democracia e o Estado de Direito, impedindo, inclusive, exercer a nossa liberdade de expressão. Não podemos nos transformar em uma Venezuela, Cuba, Nicarágua ou Colômbia de Petros, países dirigidos por ditadores. Não podemos aceitar antissemitismo no Brasil, onde temos um Judiciário cúmplice. Por isso, esta é a hora de ganharmos força via opinião internacional, expor o Brasil e começar a mudar o rumo da nossa nação. Eu amo o meu Brasil, eu amo minha Rondônia", anotou.
Apesar de seu apelo nas redes sociais, o deputado não recebeu sequer menção alguma de seu nome por parte da mídia brasileira em relação às ações e declarações em solo estrangeiro. A exceção ficou por conta de folhetins cibernéticos de Direita, como a Revista Oeste, que, erroneamente, apontou Chrisóstomo como deputado do Amazonas.
Chrisóstomo optou por não assumir a frente dos pronunciamentos públicos em inglês, como fizeram seus colegas Eduardo Bolsonaro, de São Paulo, e Marcel van Hattem, do Rio Grande do Sul. Em vez disso, limitou-se a fazer vídeos para suas redes sociais, falando em português.
O episódio em Washington reflete as tensões políticas envolvendo o governo brasileiro e congressistas dissidentes, evidenciando o impacto das divergências ideológicas e das controvérsias que permeiam o cenário político atual.
Members only - Veto de parlamentares brasileiros no Capitólio vira piada no Twitter / Reprodução
Motivo do cancelamento da audiência e coletiva improvisada
O cancelamento abrupto da audiência planejada na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos EUA se deu devido ao receio do vice-presidente da Comissão, Jim McGovern, do Partido Democrata, em permitir que a delegação bolsonarista discursasse sobre uma alegada "ditadura judicial" no Brasil. McGovern percebeu o potencial de disseminação de fake news e teorias conspiratórias por parte dos parlamentares brasileiros, o que levou à sua decisão de vetar a presença do grupo no Capitólio.
Diante disso, os políticos bolsonaristas, incluindo o deputado de Rondônia Coronel Chrisóstomo, improvisaram uma coletiva de imprensa na calçada em frente ao Capitólio. Na escadaria da sede do Poder Legislativo estadunidense era possível ver um aviso em formato de alerta: “Members only (apenas membros).
Com apenas três microfones – apenas um cujo o veículo era identificável –, em um púlpito estropiado, os parlamentares tentaram chamar a atenção da mídia e do público presente, falando em inglês precário e expressando suas preocupações sobre a situação no Brasil.
Ao lado deles, de estadunidense, somente o deputado republicano Chris Smith, presidente do Comitê Global de Direitos Humanos na Câmara dos EUA. Ele disse, nesta terça-feira (12), que o ministro Alexandre de Moraes "governa pela Lei". Ele se reuniu com os parlamentares de oposição ao governo Lula (PT) do lado de fora do Congresso.
No entanto, a ausência da audiência formal e a limitação do espaço para se expressarem levaram os políticos a uma situação desconfortável e desprivilegiada em sua tentativa de transmitir suas mensagens para uma audiência internacional. Essa coletiva improvisada destacou a frustração dos bolsonaristas diante da oposição enfrentada nos Estados Unidos.
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