Publicada em 05/03/2024 às 14h45
RESENHA POLÍTICA ROBSON OLIVEIRA
ESCÁRNIO
Não pegou de surpresa apenas a comunidade acadêmica da Universidade Federal de Rondônia o falso diploma de doutora que a professora Viviane Ricciotti apresentou no registro da candidatura para o cargo de vice-reitora da Unir. Todos estão perplexos com o ato criminoso da mestre que, pelo honroso ofício que labuta, deveria ser um exemplo profissional de ética e de denodo. A ousadia de Ricciotti é um verdadeiro escárnio para a comunidade acadêmica e um acinte às normas que regem a administração pública.
DESCONFIANÇA
A professora nunca frequentou o curso, seja no mestrado, seja no doutorado, embora tenha apresentado um diploma de doutoramento de 2010. O que intrigou a direção da universidade é que, ao concluir o doutorado, o diplomado percebe um acréscimo salarial mensal de quatro mil reais, o que não ocorreu. Esperou quatorze anos para pedir a progressão, o que despertou desconfiança pelo tempo das perdas salariais.
COMPROVAÇÃO
Em comunicação enviada à Unir, a direção da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) apontou as incompatibilidades no suposto diploma de doutora da professora da Unir, entre outros, consta como diretor do Instituto de Física o nome de Rudinei Dias da Cunha – que não é docente daquele Instituto e nunca foi diretor. Em 2009, data do diploma, o reitor da UFRS era o professor Carlos Alexandre Neto, consta o do ex-reitor José Carlos Ferraz. Ademais, a numeração do processo que consta no verso é inexistente. E no final informa categoricamente que Viviane Barrozo da Silva Ricciotti nunca cursou o Programa de Pós-Graduação na UFRS. Atestando que o diploma é falso.
DESGASTE
Mesmo o episódio sendo um desgaste moral e acadêmico enorme para a única universidade pública de Rondônia (UNIR), atualmente é um problema que ultrapassa os muros da instituição e vai também ser objeto de apuração na esfera policial. É importante registrar que tal ilegalidade, se confirmada, não deve ser interpretada como regra na Unir. Foi uma exceção que deixa uma marca inexorável numa academia já administrada por ex-reitores da melhor qualidade moral e intelectual, a exemplo de José Dettoni, Osmar Siena, Ene Glória, Berenice Tourinho e Ari Ott. A Unir não merecia tamanho escárnio.
TAPETE
Mesmo sendo um deputado federal com a maior votação individual nas últimas eleições, alcançando sozinho a quociente eleitoral pelo União Brasil, Fernando Máximo não tem ainda a garantia da candidatura a prefeito da capital. Há nos bastidores uma queda de braço na direção regional do partido para impedir a postulação de Máximo, apesar das chances promissoras de vencer. Com a mudança na direção nacional do União Brasil, os reflexos nos regionais foram imediatos e Máximo perdeu espaço. Isto abriu a possibilidade de os dirigentes locais tentarem puxar o tapete do deputado para que Mariana Carvalho ingresse na legenda e seja ungida a candidata a prefeito. Num acordo, com lances de bastidores, ainda não tão claros.
PLANO B
Instado por este cabeça chata a comentar a possibilidade de o União Brasil negar-lhe a candidatura, o deputado federal Fernando Máximo não se fez de rogado e disse que acompanha tudo com tranquilidade e que tem um plano B na hipótese da negativa. Não adiantou, contudo, qual seja. Mas a coluna apurou que o parlamentar mantém conversas com várias legendas, em particular com o PL.
PREOCUPAÇÃO
A verdade é que Fernando Máximo surgiu na política como uma enorme surpresa eleitoral e com uma votação jamais mensurada corretamente pelos institutos de pesquisa, assustando os principais dirigentes partidários que, não raro, adoram ser os protagonistas principais das eleições, mesmo não tendo a densidade eleitoral dos próprios candidatos. A preocupação aumentou depois que perceberam que é um candidato que corre por fora da influência da velha burocracia partidária e contrasta com os vícios dessas castas que dominam as máquinas partidárias.
PÉRIPLO
Quem andou por Brasília em conversas reservadas com os dirigentes nacionais do PSB foi o advogado Vinícius Miguel, provável candidato a prefeito de Porto Velho. Nessas conversas, Vini recebeu as garantias partidárias para o projeto e foi orientado a dialogar com os demais partidos para tentar viabilizar uma frente que não seja apenas do espectro ideológico da esquerda. Caberia aí partidos mais ao centro, inclusive mais à direita. Ficariam de fora os extremos.
ARMÍGERA
É de gosto duvidoso a propaganda da prefeitura da capital com a ilustração de um revólver apontado para a cabeça de uma pessoa como estratégia de marketing no combate ao mosquito da Dengue, em outdoors espalhados na cidade. A mensagem subliminar belicosa é bem diversa daquela pensada na peça publicitária. É ruim em todos os aspectos, especialmente na estratégia. Aliás, a criação peca também por falta de criatividade. É tão horrível que passa despercebida pela maioria da população, não para mentes mais atentas e menos armígeras.
COINCIDÊNCIAS
O que há de coincidências nas administrações municipais de Guajará-Mirim e Ji-Paraná que tantos problemas causam aos órgão de controle? Em ambos, é possível intuir qual futuro está reservado aos mandatários. A ver...