Publicada em 15/03/2024 às 08h50
Na madrugada desta sexta-feira, 15, quando foi acionada para atender uma ocorrência de violência doméstica no bairro Maria Moura, em Vilhena, a guarnição da Polícia Militar foi recebida pela mulher de 40 anos, vítima das agressões, que correu em direção à viatura gritando: “ele está lá atrás, ele está lá atrás, pelo amor de Deus, eu não aguento mais”.
Ao descrever seu cotidiano de violência para os militares, a mulher descreveu detalhes assustadores e contou que sofre ameaças de morte junto com a filha, uma garota de apenas 10 anos, que mora junto com ela. O autor dos crimes é o ex-amásio, de 32 anos, que tem contra si um mandado de prisão em aberto.
De acordo com o denunciante, que já foi espancada várias vezes, sempre que é preso, o ex-amásio vai à casa dela e a obriga a manter o relacionamento abusivo. E também avisa: se ela o largar ou o fizer ir para a cadeia, ele tem amigos “do lado de fora” para fazer “o serviço”, ou seja, matar mãe e filha.
Ontem, ao chegar bêbado de madrugada, o denunciado entrou na casa usando uma cópia da chave que ele mandou fazer e se recusa a devolver, ameaçando ser ainda mais agressivo caso a mulher troque a fechadura da porta.
Quando a vítima pediu para que o agressor fosse embora, avisando que não deseja (e em aguenta) mais viver naquela situação, ele se tornou ainda mais brutal: jogou-a contra a parede, deu vários socos em seu rosto, puxou-a pelos cabelos, arrastou-a pela casa e se apossou de uma faca, falando que tiraria sua vida ali mesmo.
A mulher, assustada e impotente diante da selvageria, ficou de joelhos e implorou ao homem para que não a matasse e também poupasse a vida de sua filha. Ele reagiu dizendo que não se importava com a vida de nenhuma das duas.
Percebendo que seria esfaqueada e morta, a mulher pediu ao ex-companheiro que lhe desse um copo d’água. Quando o homem foi até a cozinha, ela conseguiu pedir socorro via WhatsApp à Central de Operações da Polícia Militar.
Por não se sentir segura em sua própria casa, a mulher pediu medida protetiva contra o agressor e disse que gostaria de ser acolhida em um abrigo para mulheres vítimas de violência na cidade.
Outras viaturas foram acionadas para tentar capturar o agressor, que conseguiu fugir pulando muros após a chegada da guarnição. Ele não foi localizado, mas os policiais encontraram a camisa, o par de chinelos, a faca usada no crime e o moletom abandonados durante a fuga alucinada, e que foram apresentados na Unisp.
Antes de apresentara a mulher na delegacia local, os policiais a levaram até o Hospital Regional, onde ela recebeu atendimento médico. O foragido continua sendo procurado.