Publicada em 02/03/2024 às 09h46
A previsão de que o período de estiagem deste ano seja superior ao de 2023, quando rios da Amazônia praticamente secaram, causando sérios prejuízos sociais, econômicos e financeiros para Amazonas, Acre e Rondônia, mobiliza as autoridades políticas da Amazônia Legal. A BR 319, única ligação terrestre do Amazonas e Roraima com os demais Estados da Federação, foi construída na década de 70 e precisa ser restaurada, mas enfrenta sérias resistências das ONGs, com apoio da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, que querem fechar a rodovia.
Atualmente, devido à falta de manutenção, por pressões das ONGs e apoio da ministra Marina Silva, a estrada está em estado precário, com pouco mais de 400 km necessitando de recuperação, pois o trecho está no alicerce e, como estamos no Inverno Amazônico (com chuvas diárias durante meses), fica intransitável. Devido à seca, os rios, inclusive o Madeira, um dos maiores do mundo, tiveram a navegação comprometida. O Madeira ficou sem navegação à noite e durante o dia apenas navios e barcaças com cargas mínimas circulavam no trecho com muitas dificuldades, devido aos bancos de areia.
Com a navegação comprometida, grande parte da população ribeirinha ficou isolada, sem acesso até mesmo à água potável, pois os poços secaram e a BR 319, devido à falta de manutenção, está sem condições de tráfego. Além dos ribeirinhos, que ficaram isolados, Manaus também teve problemas de abastecimento, pois uma cidade com mais de 2 milhões de habitantes não pode depender apenas da aviação para atender à demanda de consumo.
Na última semana, o filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Luís Cláudio Lula da Silva, que reside em Manaus, afirmou que iria percorrer a rodovia e levar ao pai a realidade da situação. Esta semana, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, recebeu um pedido do governador do Amazonas, Wilson Lima, para que destrave o licenciamento ambiental para conclusão das obras de restauração da BR 319. A solicitação do governador ocorreu durante a visita de Alckmin e mais seis ministros ao Amazonas para tomar ciência da situação, devido à crise provocada pela estiagem de 2023, pois a previsão é de que este ano será ainda pior.
Ao se manifestar sobre a BR 319, Alckmin, que governou São Paulo por 13 anos, afirmou que a rodovia é fundamental para que em momentos de crise, como o de 2023, devido à seca prolongada, existam alternativas. Ele entende que a infraestrutura da rodovia é fundamental para que, principalmente em situações de dificuldade, como na seca de 2023, haja alternativas seguras de mobilidade e que a região não fique isolada do restante do país.
O governador Wilson Lima (UB) argumentou que a BR 319 é algo que faz muita falta e que é preciso encontrar um caminho seguro para destravar as obras. "Não falo do ponto de vista econômico, mas sim do social. É um direito básico do cidadão o direito de ir e vir", adiantou à comitiva liderada por Alckmin, acrescentando que o Amazonas está disposto a encontrar um caminho dentro das condições ambientais.
Alckmin é um político experiente e está ciente das dificuldades enfrentadas por um estado quando fica isolado, sujeito até mesmo a desabastecimento de produtos básicos para consumo. O Amazonas teve muitos problemas durante a seca de 2023, porque o meio de transporte mais comum na região, a navegação, ficou comprometido, ocasionando sérios prejuízos para o povo de Manaus e de Roraima, além da população ribeirinha.
Será que a "donatária" da Amazônia, a "Senhora das ONGs", ministra do Meio Ambiente Marina Silva, possui mais influência do que o vice-presidente Geraldo Alckmin? E a informação real de Lulinha para o pai Lula sobre a BR 319 será ignorada pela cúpula do governo?