Publicada em 30/04/2024 às 11h40
É com grande indignação que a FENAJUD – Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados, legítima representante nacional de mais de 170 mil servidoras e servidores em todo o país, vem a público repudiar veementemente a declaração do Juiz secretário-geral do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, Rinaldo Forti Silva, feitas na última sexta-feira (26). De forma inaceitável e desrespeitosa, durante a solenidade de posse, o magistrado se direcionou aos servidores recém-chegados, com fala segregacionista e discriminatória, como se a categoria fosse um peso, uma “despesa” desnecessária ao orçamento do tribunal.
A Fenajud teve acesso ao conteúdo e considera um verdadeiro absurdo a fala infundada direcionada à categoria, quando o juiz diz que “quando vocês entram na Instituição, vocês pesam negativamente no número de gastos, em relação ao número de processos. Não é que chegam para somar, vocês chegam para pesar em gasto”. Tal declaração, que sugere a categoria como vilões, denota uma falta de compreensão sobre o papel fundamental desses servidores efetivos na prestação de serviços essenciais à sociedade. Estes, que se dedicaram anos a fio para aprovação nesses cargos, no concurso público, que movem à justiça e são essenciais para a sociedade, merecem respeito.
O juiz, porém, deixa de mencionar que os servidores não são os responsáveis por consumir a maior parte do orçamento do tribunal. Há registros públicos de pagamentos a magistrados que chama a atenção pelas cifras milionárias. Um feito levantamento sobre as remunerações no Judiciário no Brasil, divulgado na imprensa, aponta que seis das maiores remunerações ultrapassaram a marca de um milhão graças ao pagamento retroativo do auxílio-moradia referente aos anos de 1987 a 1993 no TJ-RO, uma prática realizada há mais de 30 anos. Tais valores foram pagos entre 2016 e 2022.
Para a entidade, a fala do magistrado direcionada aos recém-empossados, demonstra desrespeito à dignidade e ao compromisso firmado por esses indivíduos quando decidiram fazer parte do Poder Judiciário, um dos Poderes mais importantes do país. Insinuações como essa alimentam a desvalorização e desmotivação. Servidores, estes que estão em estágio probatório, passam a acumular o peso negativo instalado no subconsciente de que são desnecessários e lançados à estereótipos e preconceitos infundados.
Por fim, reafirmamos nosso compromisso em defender os direitos e a dignidade de todos os servidores públicos em todas as esferas, em especial dos servidores que atuam na justiça. Cobramos publicamente respeito à todas as servidoras e aos servidores de Rondônia. Pedimos que as autoridades competentes possam alinhar essas arestas e rejeitar qualquer tipo de fala desrespeitosa que vá na contramão do reconhecimento, do respeito, da dedicação, da competência e da ética. Assim, cobramos retratação pública por parte do Juiz Rinaldo, para que aja com responsabilidade e respeito ao dirigir-se à categoria.