Publicada em 10/04/2024 às 08h20
Eu não sou Nostradamus, mas na sexta-feira passada (05), eu publiquei que “o deputado Marcelo Cruz (PRTB) no discurso de reunião dos pré-candidatos a vereadores do Avante, aparentou não ter pretensões de disputar o Prédio do Relógio. Entretanto, como Marcelo é um exímio jogador de truco, pode estar blefando”. Passado o final de semana e o prazo de encerramento das filiações, bem como o anúncio de desistência do deputado Fernando Máximo (União Brasil) de concorrer ao Prédio do Relógio, em vídeo publicado em suas redes sociais na manhã de ontem (9), o presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, deputado Marcelo Cruz, anunciou que é pré-candidato ao Prédio do Relógio pelo partido nanico PRTB. A legenda é a menor do Brasil, não tem tempo de rádio e televisão, não tem fundo partidário e eleitoral, muito menos estrutura partidária. Contudo, não vejo como empecilho a forma tradicional de fazer política com o advento das redes sociais, só um dinossauro do jornalismo político ou do Marketing Político e Eleitoral, não consegue enxergar a força das ferramentas digitais na atualidade. Na minha concepção, mudou o jeito de fazer política no Brasil e no mundo.
Vencedor
Com 8 segundos no rádio e televisão, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) a presidente da República, obteve 46,1% dos votos no primeiro turno no pleito eleitoral de 2018. Já no 2º turno, foi o grande vencedor da campanha para presidente da República.
Fenômeno
Sem estrutura partidária ou tempo significativo de propaganda gratuita, a campanha de Bolsonaro a presidente da República foi baseada no uso intensivo de redes sociais e mensagens instantâneas no WhatsApp, o que fez dele, um fenômeno político.
Eleito
Marcelo Cruz disputou seu primeiro cargo eletivo para deputado estadual nas eleições de 2014 e obteve 5.423 votos (0,66%), mas não foi leito. Em seguida, nas eleições municipais de 2016, foi eleito vereador na capital com 2.990 votos (1,26%). No pleito eleitoral de 2018, Marcelo se elegeu deputado estadual com 8.802 votos (1,08%), por sua vez, foi reeleito deputado estadual com 18.798 (2,16%).
Trajetória
Analisando a trajetória política do deputado estadual Marcelo Cruz (PRTB), ele só teve uma derrota eleitoral. Com dois anos de mandato de vereador, se elegeu deputado estadual. Na reeleição, foi o segundo deputado estadual mais votado da capital depois da deputada Ieda Chaves (União Brasil). Por conseguinte, com apenas um mandato de deputado estadual, foi eleito presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, um feito inédito na Casa de Leis.
Nanicos
O deputado estadual Marcelo Cruz, criou uma frente de 04 partidos nanicos, visando eleger oito vereadores nas eleições deste ano em Porto Velho. Porém, só acredito que faz 02 no PRTB; 01 no Agir; 01, DC; 01 no Solidariedade, totalizando 05 cadeiras na CMPV.
Menino
Vale destacar que Marcelo Cruz é filho do pastor Evanildo Ferreira e da Irmã Marineuza – uma dona de casa. Ele tem berço na Igreja Assembleia de Deus, foi criado no bairro Nova Porto Velho e estudou na Escola estadual Petrônio Barcelos, ou seja, um menino de bairro de classe média e com uma carreira política de sucesso.
Encaixar
Já alguns analistas políticos consideram que o deputado estadual Marcelo Cruz (PRTB) está blefando com o lançamento da sua pré-candidatura ao Prédio do Relógio. Neste caso, Marcelo estaria valorizando seu passe para encaixar o seu pai, o pastor Evanildo Ferreira (PRTB), como candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pela pré-candidata Mariana Carvalho (União Brasil).
Nominata
O deputado estadual Alan Queiroz nas eleições municipais 2008 obteve 2.444 votos (1,26%) na nominata de vereador do PSB de Mauro Nazif. Nesse pleito, Alan foi o sétimo mais votado, porém, ficou de fora porque a nominata não atingiu o quociente eleitoral.
Fato
Alguns pensadores afirmam que a história não se repete, mas sempre discordei dessa afirmação no âmbito acadêmico. A história se repete sim, o fato que impediu Alan Queiroz de conquistar um terceiro mandato de vereador na capital nas eleições municipais de 2008, pode se repetir no pleito eleitoral desse ano com o vereador Aleks Palitot (PRD).
Resultado
O partido PRD, resultado da fusão entre o Patriota e PTB, não conseguiu formar uma nominata de vereadores competitiva que garanta a reeleição do vereador Aleks Palitot para um terceiro mandato de vereador na capital. Além de Palitot, a ex-vereadora Joelma Holder também ficou prejudicada.
Articulação
O MDB já promove articulações políticas para buscar um nome para figurar como candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pela pré-candidata Euma Tourinho ao Prédio do Relógio. Como solução caseira, o MDB conta com o nome de Dirceu Fernandes, George Braga, Márcio Félix ou Nerival Pedraça, já na articulação para viabilizar uma coligação, o partido pensa os nomes de Vinicius Miguel (PSB) ou do próprio Aleks Palitot (PRD).
Indicado
Falando em pré-candidato a vice-prefeito, o companheiro de chapa da pré-candidata a prefeita Mariana Carvalho (União Brasil), será indicado pelo prefeito Hildon Chaves (PSDB). Antes seria pelo governador Coronel Marcos Rocha, mas por conta da filiação de Mariana ao União Brasil, partido do governador, passou a vez para Hildon.
Promete
O jornalista Hallan Carvalho, diretor do jornal eletrônico JH Notícias, vai disputar uma das 23 vagas na CMPV pelo PSD. Hallan é funcionário estatutário da Prefeitura de Porto Velho e tem como paixão, a política e o jornalismo político. Caso eleito, ele promete ser o “Carlos Lacerda” de Rondônia.
Grito
A abertura do Editorial da presente Coluna com o conteúdo “blefando” é um recado para quem subestima o nível da minha inteligência. Ganhar discussão no grito e destempero comigo não funciona, o que funciona é estudar e argumentar com embasamentos teóricos.
Resenha
Quer compreender a linguagem de um discurso, sugiro ler as seguintes obras: “A arte de ter razão” de Schopenhauer; “A linguagem do Discurso” de Lasswell; “Como Tirar Proveito de seus Inimigos” de Plutarco; “Análise do Discurso” da Prof.ᵃ Dr. ᵃ Nair Gurgel - gente da nossa gente. Caso não tenha tempo para ler, procure no Google as resenhas críticas das obras citadas.
Baby talk
Falando em linguagem do discurso, dois pré-candidatos a prefeito da capital, precisam passar por um fonoaudiólogo e uma mídia media training por conta da retórica “baby talk”, ou seja, demonstração de falta de maturidade no discurso.