Publicada em 18/04/2024 às 08h32
Professor Nazareno*
Moro em Gramado na Serra Gaúcha. Gosto de viajar e de conhecer novos lugares. Decidi desta vez ir a Rondônia e conhecer a sua famosa capital, Porto Velho. Lá, quero ter todas as experiências possíveis. Chegando à capital dos rondonienses, fiquei de início encantado com tanta cobertura vegetal e com tanta água potável dos inúmeros rios que a circundam. O preço da passagem aérea entre Porto Alegre e Porto Velho me espantou um pouco, pois saiu mais cara do que se eu tivesse escolhido uma capital da Europa para conhecer como Paris, Londres, Viena ou Roma. Mas tenho certeza de que a minha escolha foi a mais correta. Acredito que, como eu, muitos turistas brasileiros também têm esta preferência. E depois de quase um dia e meio de viagem com várias conexões, eis que, já muito cansado e sonolento, finalmente cheguei ao último destino desta escolha turística.
Chegando ao Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira de Oliveira, um gaúcho igual a mim, fiquei maravilhado. “Esse aeroporto deve ter inúmeros voos para fora do país”, imaginei. Além do mais, Jorge Teixeira só me lembra o Rio Grande. Assim, fiquei muito alegre ao saber que tão longe de minha casa o povo ainda “tece loas” a um conterrâneo meu e o veneram como se fosse um santo. Mas só depois que desembarquei no acanhando campo de pouso é que as coisas começaram a “melhorar” para mim. Duas horas da manhã definitivamente não é um bom horário para se chegar a um lugar longe, afastado e com pouca infraestrutura. Mesmo assim, “a capital das sentinelas avançadas” só me traz boas recordações. Tudo em Porto Velho me encantou. Suas ruas históricas, seu saneamento básico de primeira, sua arborização e os limpos igarapés que cortam a cidade.
Não quis pegar taxi ou Uber, pois eu não tinha ainda um hotel definido. Perguntei o que havia de interessante para ver na cidade. “Tudo aqui é bonito”, diziam. Havia muito lixo espalhado pelas ruas tortas. Como chovia, falaram para eu ir visitar o “encontro das águas” no bairro Nova Porto Velho. Chegando ao local, a rua rio Madeira com a rua Rio de Janeiro fiquei abismado. Pessoas nadando, se divertindo e praticando todo tipo de esporte aquático. Lanchas, barcos e voadeiras disputando cada espaço com os poucos ônibus urbanos era um espetáculo bonito de se ver. Havia ali pessoas jurando que aquela água era potável. “Essa atração é muito antiga em nossa cidade”, dizia um transeunte. “Acredita-se que tenha mais de 50 anos”, informava outro. Nenhum prefeito ainda teve coragem para acabar com esse divertimento da cidade. “É a única praia que temos aqui”.
Andando pela cidade, vi por que quase todos os habitantes daqui são alegres e felizes. Eles têm divertimento de sobra. E Porto Velho nem se compara com Gramado, Curitiba ou até mesmo Campos do Jordão e Canela. Existe coisa mais bonita e moderna do que o Porto do Cai N’água? Ali há muitas aves de cor escura enfeitando a já linda e encantadora paisagem. Um deslumbre só! O Igarapé que passa perto da nova rodoviária se parece com o rio Sena de Paris. Há lindos peixinhos coloridos em suas limpas águas. E a Praça da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré? O povo dessa cidade tem muita sorte. As pessoas daqui são muito hospitaleiras também. Todo mundo me oferecia balinhas de castanha e também de cupuaçu. Fiquei deslumbrado. A culinária é ímpar. Degustei tacacá e muito mandi frito. Quem disser que em Porto Velho é ruim de viver, mente. Para mim é a melhor dentre as capitais do Brasil. Por isso vou voltar outras vezes aqui. Acreditem!
*Foi professor em Porto Velho.