Publicada em 29/05/2024 às 10h09
Porto Velho, RO – No dia 27 de maio de 2024, o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO), um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, fez um discurso polêmico na tribuna da Câmara dos Deputados. Chrisóstomo afirmou que a "esquerda" foi responsável pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), contradizendo suas próprias declarações anteriores em defesa da soltura do ex-deputado Chiquinho Brazão, um dos acusados de ser mandante do crime.
Brazão fez campanha para Bolsonaro junto com o senador Flávio, filho do ex-presidente / Reprodução
Marielle Franco foi assassinada a tiros em 14 de março de 2018, junto com seu motorista Anderson Pedro Mathias Gomes, no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro. Em 24 de março de 2024, os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, juntamente com o delegado Rivaldo Barbosa, foram presos, acusados de serem os mandantes do atentado. O executor do crime foi identificado como o policial reformado Ronnie Lessa.
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No seu discurso, Chrisóstomo declarou: “Hoje eu ouvi, o dia todo, pessoas na televisão falando daquela senhora que faleceu, a Marielle. Foi o dia todo, Deputado Caveira: ‘Marielle’, ‘Marielle’, ‘Marielle’, ‘Marielle’, de cabo a rabo. Ora, o nosso Presidente Bolsonaro sofreu 6 anos aqui, porque a Esquerda dizia que ele era o mandante do crime! Ah! Aí vem o Lessa — o Lessa — e explica para o Brasil: ‘Não, não foi o Bolsonaro, não. Quem fez isso foi a Esquerda. Quem matou Marielle foi a Esquerda’”.
Essa declaração chamou atenção, pois, em 11 de abril de 2024, o site Rondônia Dinâmica publicou uma reportagem revelando que Chrisóstomo havia defendido publicamente a soltura de Chiquinho Brazão. Em seu discurso na tribuna, ele afirmou que a prisão de Brazão era ilegal, baseando-se na Constituição brasileira, que protege parlamentares de prisão, exceto em flagrante de crime inafiançável.
"Estou seguindo o que reza a Constituição. Deputado não pode ser preso, a não ser que tenha sido em flagrante delito ou por crime inafiançável. Esse crime ocorreu há mais de 5 anos. Portanto, Brazão não pode ser preso", argumentou Chrisóstomo na ocasião.
Essa posição de Chrisóstomo não levou em conta a gravidade das acusações contra Brazão. Na votação para decidir sobre a manutenção da prisão de Brazão, 277 deputados votaram a favor da manutenção da prisão, enquanto 129 foram contra, incluindo Chrisóstomo.