Publicada em 23/05/2024 às 10h26
O Exército da China iniciou na manhã desta quinta-feira (23, noite de quarta em Brasília) exercícios militares "cercando a ilha de Taiwan" e que seriam uma "punição" a atos separatistas das forças de independência da ilha.
Os exercícios, previstos para ter dois dias de duração, ocorrem dois dias após a cerimônia de posse do presidente taiwanês Lai Ching-te, na segunda (20). Em seu discurso inaugural, Lai Ching-te se autointitula um "separatista".
O Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular da China (PLA) disse que iniciou "exercícios militares conjuntos cercando a ilha de Taiwan" a partir das 7h45 de quinta-feira (20h45 de quarta, no horário de Brasília).
"Esta também é uma forte punição para os atos separatistas das forças de independência de Taiwan e um severo aviso contra a interferência e provocação de forças externas", acrescentou o comando.
Os exercícios envolvem o Exército, Marinha, Força Aérea e Força de Mísseis chinesa e estão sendo conduzidos no Estreito de Taiwan, no norte, sul e leste de Taiwan, bem como em áreas ao redor das ilhas controladas por Taiwan de Kinmen, Matsu, Wuqiu e Dongyin, disse o comando em um comunicado.
Em resposta, o Ministério da Defesa de Taiwan disse que o país despachou suas forças e defenderá a soberania da ilha. Não houve comentários imediatos do governo de Taiwan.
Taiwan tem a "capacidade, determinação e confiança para garantir a segurança nacional" e condena os exercícios da China, que apenas "destacam sua mentalidade militarista", disse o ministério taiwanês.
Uma autoridade de Taiwan disse à Reuters que os exercícios militares chineses são algo que eles já estavam esperando e que a China teria destruído a paz regional.
Os exercícios focam em patrulhas conjuntas de prontidão de combate marítimo-aéreo, ataques de precisão em alvos-chave e operações integradas dentro e fora da cadeia de ilhas para testar as "capacidades de combate real conjunto" das forças, disse o exército chinês.
A China reivindica Taiwan como parte de seu território e rotulou Lai Ching-te como um "separatista perigoso" que trará "guerra e declínio" para o país. O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, chamou Lai de "desprezível".
Lai Ching-te tem repetidamente oferecido negociações com a China, mas foi rejeitado. Ele afirma que apenas o povo de Taiwan pode decidir seu futuro e rejeita as reivindicações de soberania de Pequim.
Segundo a agência Xinhua, o porta-voz militar Li Xi disse que os exercícios se concentrariam em "patrulha conjunta de prontidão para combate marítimo-aéreo, apreensão conjunta do controle abrangente do campo de batalha e ataques de precisão conjuntos em alvos-chave".