Publicada em 22/05/2024 às 15h20
Porto Velho, RO – Segundo dados do Imazon, Rondônia apresentou uma redução significativa no desmatamento no primeiro quadrimestre de 2024. O estado registrou uma diminuição de 73% no desmatamento comparado ao mesmo período de 2023. Apesar dessa redução, Rondônia ainda é o quinto estado com maior número de desmatamento na Amazônia Legal, correspondendo a 6% do total identificado.
No primeiro quadrimestre de 2023, Rondônia acumulou 113 km² de desmatamento, enquanto em 2024 esse número caiu para 30 km². Esta diminuição é um reflexo de esforços de fiscalização e controle ambiental, porém, o desafio de manter a floresta em pé persiste.
Embora o desmatamento, que é a remoção total da vegetação, tenha diminuído, outro tipo de dano ambiental, a degradação florestal, tem aumentado na Amazônia. A degradação florestal é causada principalmente pelo fogo ou pela extração seletiva de madeira. Em Roraima, as queimadas fizeram com que a área de floresta degradada fosse a maior dos últimos 15 anos no primeiro quadrimestre, segundo o monitoramento por imagens de satélite do Imazon.
Em abril de 2024, foram identificados 693 km² de degradação em Roraima, equivalente ao tamanho de Salvador. Em março, o dano foi ainda maior, com 2.120 km² de degradação florestal, uma área maior do que a cidade de São Paulo. Nos primeiros quatro meses do ano, Roraima foi responsável por 99% da degradação florestal detectada na Amazônia, com 2.846 km² degradados. Este é o maior índice desde 2009, quando o Imazon começou a monitorar a degradação além do desmatamento.
“É crucial que os governos federal e estaduais intensifiquem o combate à derrubada da floresta e realizem ações específicas para enfrentar as queimadas, especialmente em Roraima”, sugere Larissa Amorim, pesquisadora do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon.
Além de concentrar a maioria das áreas degradadas pelo fogo, Roraima enfrenta uma seca histórica. “O risco de queimadas aumenta com o estresse hídrico, um problema grave em Roraima. Nossos monitoramentos da superfície de água no bioma Amazônia, com dados desde 1985, mostram que o estado é o mais afetado pela redução hídrica”, explica Carlos Souza Jr., coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon e responsável técnico pela iniciativa MapBiomas Água.
Desmatamento na Amazônia: Queda Consecutiva
O desmatamento na Amazônia apresentou em abril seu décimo terceiro mês consecutivo de redução. Em abril de 2024, foram desmatados 188 km² de floresta, 44% a menos do que no mesmo mês em 2023, quando 336 km² foram destruídos. Comparado a abril de 2022, a redução foi de 84%. No acumulado de janeiro a abril, a destruição da floresta caiu 58% em relação a 2023, quando 1.203 km² foram desmatados, e 73% em relação a 2022, quando a devastação atingiu 1.884 km².
Desafios em Outros Estados
Apesar da redução geral, Mato Grosso, Amazonas e Roraima lideraram a devastação no primeiro quadrimestre de 2024. Mato Grosso registrou 178 km² de desmatamento, Amazonas 118 km², e Roraima 105 km². Juntos, esses estados foram responsáveis por quase 80% do desmatamento entre janeiro e abril na região.
Em Mato Grosso, a devastação avançou principalmente em municípios da metade norte e em unidades de conservação. No Amazonas, a derrubada focou na região Sul, na divisa com Acre e Rondônia, especialmente em assentamentos. Em Roraima, o desmatamento avançou em municípios como Rorainópolis e terras indígenas como a Raposa Serra do Sol.
A queda no desmatamento é um passo positivo, mas a luta contra a degradação florestal e o desmatamento ilegal precisa continuar com ações eficazes e coordenadas para proteger a Amazônia e assegurar um futuro sustentável para Rondônia e toda a região.