Publicada em 24/05/2024 às 08h33
Dezenas de produtores rurais, representantes políticos e membros de entidades públicas e privadas ligadas ao agronegócio estiveram reunidos, na manhã desta quinta-feira, (23) durante o 6º Fórum Rondoniense para Manutenção da Zona Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação, evento realizado pela Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado (Idaron), no espaço da 11ª Rondônia Rural Show, em Ji-Paraná.
O fórum, que é uma das exigências da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), tem como objetivo promover o alinhamento de estratégias de biosseguridade, para o fortalecimento da defesa agropecuária em Rondônia. Na oportunidade, também foram discutidos temas relacionados ao rastreamento bovino, com intervenção via videoconferência do presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Francisco Olavo Pugliesi de Castro.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, o objetivo é evitar que a febre aftosa e outras doenças, de importante impacto econômico, ponham em risco o status sanitário que foi alcançado com muito trabalho pela pecuária do estado. “Nos últimos anos foi estabelecido um marco, com a suspensão da vacinação contra a aftosa, o que permitiu avanços no mercado externo, com aumento nas exportações de carnes e derivados para vários países”, salientou.
O presidente da Idaron, Julio Cesar Rocha Peres explicou que, o fórum é realizado anualmente com o propósito de reunir a cadeia produtiva, para que Rondônia cumpra todas as medidas de defesa sanitária e biosseguridade.
“O fórum rondoniense é um compromisso assumido pelo estado, previsto no Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa, e deve ser realizado pelo menos uma vez por ano. Como o nome já diz, trata da manutenção do status sanitário e permite uma maior aproximação da Idaron e demais secretarias de governo com o homem do campo”, pontuou Julio Peres.
RASTREABILIDADE BOVINA
Sobre os temas abordados no 6º Fórum, Julio Peres acrescentou que, “é oportuno tratar de assuntos que estão cada vez mais próximos, como a rastreabilidade bovina, uma exigência de mercados internacionais que são mais exigentes e têm maior potencial de compra, essa condição é colocada para o Brasil inteiro, não só para Rondônia”, destacou.
O tema foi abordado pelo presidente de Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da CNA, Francisco Olavo Pugliesi. “O potencial do setor produtivo de Rondônia é crescente e a rastreabilidade da cadeia bovina deve valorizar ainda mais a bovinocultura do estado. Arrisco afirmar que muito em breve, com esforço do setor privado em cooperação ao setor público, logo o estado será referência em rastreabilidade bovina”, afirmou.
Embora Rondônia precise esperar uma determinação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o estado já tem a organização necessária para começar a fazer a rastreabilidade bovina. Não será fácil, mas o potencial é grande, segundo Pugliesi.
BIOSSEGURIDADE
Outro tema abordado no Fórum foi a biosseguridade, com palestra ministrada pelo consultor do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para o Programa de Vigilância Baseada em Risco (PVBR/Aftosa), o professor doutor Luis Gustavo Corbellini. “Rondônia é um caso de sucesso no que se refere à biosseguridade, com desenvolvimento de importante trabalho para prevenção da febre aftosa. A Agência Idaron é exemplo para as demais agências de defesa agropecuária do Brasil”, evidenciou.
O especialista destacou que, quando se avança para um futuro livre de febre aftosa sem vacinação, deve-se abraçar a responsabilidade compartilhada para garantir a proteção da pecuária. “A febre aftosa não é um capítulo fechado, mas uma narrativa contínua onde a prevenção é a protagonista. Agora é o momento de nos unirmos, aprendermos com o passado e construirmos um futuro sustentável para nossa pecuária”, enfatizou.