Publicada em 04/05/2024 às 11h15
Com pouco mais de 40 anos de emancipação político-administrativa, Rondônia é um dos Estados que apresenta evolução econômica e social acima da média do País, onde não falta trabalho. Se a mão de obra disponível não era de qualidade, hoje melhorou muito, após a chegada das usinas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho em 2008. Na época foi um “Eldorado” regional com a chegada repentina de cerca de 200 mil pessoas.
O Brasil é um País com a economia alicerçada no transporte rodoviário. A ferrovia, de custo menor e bem mais eficiente, que já esteve na linha de frente do transporte de massa, principalmente de carga, nas décadas de 60, 70, 80, hoje serve como ponto turístico, como a reinauguração neste sábado (4) do Complexo Ferroviário Madeira-Mamoré, em Porto Velho. A capital de Rondônia era ligada com Guajará-Mirim pela estrada de ferro.
Rondônia e Acre tem na BR 364, uma das principais rodovias federais do País, que inicia em Limeira, no interior de São Paulo e tem mais de 4.300km. No trecho mais importante para Rondônia (Porto Velho a Vilhena) com cerca de 700km a pista é simples, alguns setores com terceira pista, e duplicada somente na ligação da capital a Candeias do Jamari com cerca de 20 quilômetros.
Em períodos de safras de grãos (soja, milho, café), pelo trecho de 700km transitam cerca de 2,5 mil carretas, bitrens, treminhões, além dos veículos de passeio. Rondônia tem hoje o sexto rebanho do País e o primeiro entre as áreas livre de vacinação de febre aftosa.
O alicerce da BR 364, construído na década de 80 não tem suporte para atender a demanda de veículos atual. Não basta a realização de os tapa-buracos de todos os anos, no período de Verão Amazônico (meses de seca, pouca chuva) só atendendo interesses das empreiteiras. É que no Inverno Amazônico (chuvas praticamente todos os dias) deixa a pista toda esburacada, perigosa, favorecendo acidentes. O trecho Porto Velho a Vilhena é conhecido como “Corredor da Morte”.
A BR 364 precisa não somente de readequação do alicerce, para que o asfalto suporte o tráfego pesado e intenso, mas também de duplicação-já. Esta semana uma informação da maior importância de o anúncio pelo Governo Federal, da duplicação da BR 364 com investimentos para reconstrução da rodovia em torno de R$ 2,5 bilhões. A meta é revitalizar toda a 364 que é fundamental para a economia regional, e para o País.
Outra informação importante sobre rodovia é a reconstrução de 20km da BR 319, única ligação rodoviária de Manaus com os demais Estados. Segundo o deputado federal Lúcio Mosquini (MDB-RO), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) anunciou a abertura de processo de licitação para pavimentação de 20km da 319. A conquista, segundo Mosquini “é uma vitória para o povo de Rondônia e do Amazonas”, pois a rodovia é fundamental não somente na economia, mas para a sobrevivência de o povo ribeirinho, que ficou sem água potável e alimentos na seca de 2023.
A previsão é que a pavimentação dos 20km (conhecido como lote “C”) tenha início no próximo mês de agosto entre os quilômetros 198 ao 218, da polêmica, mas importante e estratégica rodovia federal.
A ação de Mosquini merece destaque, mesmo sendo somente a pavimentação de 20 quilômetros. Mas se cada um de os representantes da região no Congresso Nacional, senadores e deputados federais conseguissem sensibilizar o Governo Federal a pavimentar 20km certamente teríamos todo restante do trecho ser recuperado, readequado e asfaltado. Fica a sugestão.