Publicada em 27/05/2024 às 11h33
Porto Velho, RO – Segundo o site Brasil de Fato, autoridades descobriram um esquema de invasão e desmatamento em um parque estadual de Rondônia, ligando frigoríficos a uma rede criminosa envolvida em corrupção e lavagem de dinheiro.
Protegidos por vigilância armada, centenas de cabeças de gado foram encontradas pastando até abril dentro do Parque Estadual de Guajará Mirim, uma área de proteção integral onde a pecuária é proibida. Os animais estavam sob custódia do Estado após a prisão de um pecuarista acusado de invasão.
Investigações indicam que uma organização criminosa atua na área, envolvendo proprietários de fazendas vizinhas que utilizam o parque para criar gado ilegalmente. Essa atividade facilita a lavagem de dinheiro, permitindo a venda do gado para grandes frigoríficos.
O parque, com aproximadamente 200 mil hectares, faz parte de um corredor ecológico vital que conecta várias unidades de conservação e terras indígenas. Contudo, várias dessas áreas têm sido alvo de invasões, prejudicando a biodiversidade e a cultura local.
Em agosto do ano passado, um juiz foi afastado por supostamente vender sentenças, facilitando o esquema de grilagem e pecuária ilegal no parque. As investigações revelam que ele teria autorizado a posse de terras dentro do parque a um invasor, permitindo a criação de gado na área desmatada.
Documentos mostram transações entre os acusados e frigoríficos renomados, como JBS, Marfrig e Frigon. Além disso, a investigação aponta para um esquema de sonegação fiscal e ocultação de patrimônio.
O gado apreendido no parque foi relacionado a diversas propriedades, incluindo fazendas usadas para encobrir as atividades ilegais. As investigações ainda ligam esses crimes a um esquema mais amplo de lavagem de dinheiro, com movimentações financeiras suspeitas e investimentos em criptoativos.
As autoridades estão adotando medidas para desocupar o parque e combater a grilagem, enfrentando resistência e táticas de guerrilha dos invasores. A operação envolveu a retirada de gado sob vigilância armada, com relatos de ameaças e intimidações aos envolvidos.
Essa situação ilustra a complexidade e gravidade dos crimes ambientais e financeiros em Rondônia, mostrando a necessidade de ações contínuas para proteger as áreas de preservação e combater a corrupção.