Publicada em 09/05/2024 às 08h59
Professor Nazareno*
Não assisti ao megashow da cantora Madonna nas areias de Copacabana no Rio de Janeiro. Não sou muito adepto do tipo de músicas que ela canta. Gosto mais de música clássica como as de Vivaldi, Bach ou Beethoven. Por isso, jamais iria a uma apresentação dela. Mas reconheço que a mesma é uma megaestrela mundial que merece todos os elogios. E por isso respeito a sua grande e memorável performance. Respeito os seus fãs e admiradores. No Rio de Janeiro, a popstar norte-americana colocou quase dois milhões de pessoas para dançarem seus animados hits. Fato inédito em um país ainda dividido pela surreal política. Nem Lula e o seu PT muito menos o Bolsonaro com a sua trupe conservadora conseguirão hoje mobilizar tanta gente. Aliás, o colossal fracasso das comemorações do último dia 1° de maio foi uma prova cabal dessa inequívoca realidade.
Do lado dos conservadores da extrema-direita raivosa o retumbante fracasso de mobilizar pessoas também é visível. Jair Bolsonaro, que está inelegível e na iminência de ser preso e condenado, sentiu o baque. A ala mais religiosa e reacionária do Brasil também percebeu o seu frágil poder de mobilização se for comparada com Madonna. O inelegível estava em Manaus durante o megashow no Rio e parece que “adoeceu” ao perceber o sucesso do megaevento. As cenas divulgadas direto das areias de Copacabana certamente abalaram o sistema nervoso do falso “Mito”. Ficou mais do que provado que Madonna é que é o verdadeiro mito. E mundial. O ataque de erisipela que fez o “Bozo” voltar ao Rio de Janeiro em uma UTI no ar pode ter sido o efeito colateral mais visível do show de Madonna. Para desespero de muitos, a Globo retransmitiu tudo ao vivo para todo o país.
A cantora norte-americana é tão importante que “com um pé nas costas”, com as mãos amarradas e sem falar ou entender uma única palavra em Português ela inebriou, emocionou e levou ao delírio multidões espalhadas pelo país inteiro. Os invejosos de direita quase morrem de desgosto. Inventaram que foi dinheiro público que trouxe a artista ao Brasil. Mas foi a Heineken e o banco Itaú que patrocinaram todo o espetáculo. No palco, Madonna teve como protagonistas drag-queens, pretos, pretas, lésbicas e gays. O público foi à loucura quando as cantoras Pabllo Vittar e Anitta contracenaram com a popstar. O megashow recuperou também o real valor da bandeira brasileira. Fazia tempo que a nossa bandeira festejava o amor. E quase todos eles vestidos com a gloriosa camisa amarela da seleção brasileira de futebol. Um deslumbre que pode levar muitos ao enfarte.
O inesquecível e divino show também entronizou Chico Mendes, Marina Silva, Erika Hilton e Cazuza como os verdadeiros mitos de todo o povo brasileiro. Demonstrou inequivocamente que “se o show foi imoral, satânico” como muitos afirmaram, então por que assistiram a ele? Pelo que se sabe ninguém foi obrigado a isso. Nada de censurar nenhum show. Nem gospel, nem ateu, nem de Madonna, nem de outro cantor. O Brasil precisa de muitas outras pessoas como a Madonna e não de Lula ou de Bolsonaro. Ela transmite alegria e descontração. Nada de PT, de PL, de Patriotas ou de outra agremiação política. Nada de políticos escroques que só servem para roubar e explorar o povo sofrido sem lhe dar alegrias nem esperanças. Todos devem se confraternizar em prol da paz e da esperança. Nada de dividir pela política uma sociedade tão sofrida como a nossa. Quando será que ela vai voltar de novo a nossos palcos? Se Jesus é popstar, Madonna também é!
*Foi Professor em Porto Velho.