Publicada em 25/05/2024 às 10h41
A manchete é interrogativa, mas pertinente, pois o quadro sucessório a prefeito de Porto Velho sofrerá um sobressalto quando o ex-vereador da capital, ex-deputado (estadual e federal), presidente regional do Podemos e diretor-geral do Detran-RO, Léo Moraes, oficializar sua pré-candidatura. O anúncio deverá ocorrer nos próximos dias, antes das convenções partidárias de 20 de julho a 5 de agosto.
Com o deputado federal Fernando Máximo (UB), maior votação (85.596) à Câmara Federal em 2022, fora das eleições deste ano, porque o partido abriu mão de sua pré-candidatura para apoiar a ex-deputada federal e ex-vereadora em Porto Velho, Mariana Carvalho. Ela deixou a presidência regional do Republicanos para se filiar ao União Brasil, com apoio do prefeito Hildon Chaves (PSDB), que “pilota” sua pré-candidatura a prefeita.
Ciente de que no quadro atual de pré-candidatos tem chances de disputar a prefeitura da capital, Léo Moraes, que a princípio estaria fora das eleições deste ano, se animou. Segundo informações de pessoas ligadas a ele, Léo já estaria articulando sua pré-candidatura nos bastidores da política.
Léo Moraes não tem a habilidade política do saudoso pai, o ex-deputado estadual Paulo Moraes, um gênio na articulação do segmento, que morreu prematuramente em 2015, aos 58 anos. Moraes, uma semana antes das eleições, já antecipava se seria eleito ou reeleito e o número aproximado de votos que teria.
A decisão de Léo colocar seu nome como pré-candidato é pertinente. Está sem mandato porque deixou uma reeleição aparentemente tranquila à Câmara Federal para disputar o Governo do Estado em 2022. Ele tem experiência nas eleições na capital, onde já foi vereador e candidato a prefeito em 2016, pelo PTB. Chegou ao segundo turno tendo como adversário Hildon Chaves (PSDB), mas foi derrotado no segundo turno. Chaves obteve mais de 65% dos votos válidos. Na época, Hildon foi um fenômeno eleitoral, pois nunca tinha disputado eleições partidárias.
O bolsonarismo é forte em Rondônia e certamente terá influência nas eleições municipais (prefeito, vice e vereador) de outubro próximo, mas poderá ficar bem dividido em Porto Velho, maior colégio eleitoral do Estado, com cerca de 350 mil eleitores. Mariana está no UB, que tem como maior líder o governador Marcos Rocha. O PL está dividido entre os dois senadores, Marcos Rogério e Jaime Bagattoli, mas quem manda é Rogério, que é o presidente regional.
Informações recentes dão conta de que Bagattoli irá para o PP, presidido no Estado pelo ex-governador Ivo Cassol. O grupo liderado pelo ex-governador já teria como pré-candidatos Jaime Gazola a prefeito e Valdir Vargas a vice.
A divisão entre as lideranças dos partidos de centro-direita, caso se confirme, favorecerá os de centro-esquerda, que têm como líderes a ex-senadora Fátima Cleide e o advogado, professor universitário, Vinícius Miguel (PSB), que comandam o segmento e são os dois nomes com reais chances de disputar a prefeitura da capital. O MDB, hoje comandado pelo senador Confúcio Moura, tem como pré-candidata a juíza aposentada Euma Tourinho, mas está mais em cima do muro aguardando as demais composições.
É importante destacar que as chances de as eleições em Porto Velho serem decididas em primeiro turno este ano são mínimas. Desde a década de 90, somente Roberto Sobrinho, do PT, foi eleito para um segundo mandato consecutivo em primeiro turno, em 2008, quando somou 59,51% dos votos válidos, superando Lindomar Garçon (PV). Nas demais eleições, os prefeitos só foram eleitos – ou reeleitos – no segundo turno.
Não podemos deixar de citar o presidente da Assembleia Legislativa (Ale), Marcelo Cruz (PRTB), primeiro a lançar a pré-candidatura a prefeito de Porto Velho. Marcelo é um político jovem, extremamente articulado e conhece muito bem o eleitorado de Porto Velho, onde já foi vereador.
Alguém se arrisca a apontar um favorito? As apostas estão abertas...
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