Publicada em 28/05/2024 às 11h00
Pontífice usou termo em reunião a portas fechadas com bispos italianos ao pedir que não aceitem padres abertamente homossexuais. Em comunicado, Vaticano disse que Francisco não pretendia usar linguagem homofóbica.
O papa Francisco pediu desculpas nesta terça-feira (28) pela linguagem utilizada em uma reunião com bispos na semana passada, quando disse que "já existe bichice demais" em seminários.
Segundo a imprensa italiana, o pontífice disse a frase ao pedir para que bispos italianos não aceitem padres abertamente gays.
“O papa nunca teve a intenção de ofender ou de se expressar em termos homofóbicos e estende as suas desculpas àqueles que se sentiram ofendidos pelo uso de um termo que foi denunciado por outros”, disse o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni.
Em comunicado, Bruni afirmou ainda que o papa já disse "diversas vezes que a Igreja Católica está aberta a todos".
Segundo os jornais "La Repubblica" and "Corriere della Sera", em reunião a portas fechadas com bispos italianos, o papa usou a palavra "frociaggine", um termo vulgar italiano que pode ser traduzido aproximadamente como "viadagem" ou "bichice".
O termo é altamente depreciativo em relação à comunidade LGBTQIA+, e, segundo a agência de notícias italiana Ansa, seu uso surpreende os mais de 200 presentes na reunião.
Francisco, de 87 anos, fez declarações e aberturas à comunidade LGBTQIA+ durante os 11 anos de seu papado. Em 2013, ele disse a famosa frase: “Se uma pessoa é gay e busca a Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?”
No ano passado, ele permitiu que padres abençoassem casais do mesmo sexo, o que gerou uma forte reação da ala mais conservadora da igreja.