Publicada em 21/05/2024 às 09h12
Porto Velho, RO – O senador de Rondônia, Confúcio Moura, do MDB, publicou recentemente um texto abordando a complexidade da política e os diferentes posicionamentos políticos no Brasil. Moura destaca a polarização crescente no país e discute as características e prioridades das diferentes vertentes políticas, com especial ênfase no lado humanitário da esquerda e nas preocupações da extrema-direita.
Em seu texto, Moura observa que a política pode ser difícil de entender devido às diversas posições que as pessoas adotam dentro do espectro político. Ele menciona que a maioria dos indivíduos pode ser considerada de centro, movendo-se entre a direita e a esquerda com base no bom senso. "Esse pessoal de centro pode ser de direita e de esquerda. São pessoas que fazem a mediação", afirma.
O senador também descreve as bandeiras típicas da direita, como a oposição à imigração e ao aborto, e a defesa da propriedade privada. Por outro lado, ele enfatiza que a esquerda se preocupa mais com questões humanitárias, como saúde e educação. "A esquerda é de uma abrangência mais de atendimento humanitário às pessoas", escreve Moura, destacando que a extrema-direita não prioriza tanto esses aspectos.
Moura critica a longa polarização no Brasil, que ele acredita trazer problemas ao país. Ele expressa preocupação com a divisão permanente de ideias, onde cada lado se vê como o único correto. "Fica como se fosse uma briga permanente de ideias. 'Nós contra eles'. Nós somos os certos, eles são os errados", diz Moura, acrescentando que essa divisão não leva a lugar algum.
O senador lamenta a falta de novas lideranças políticas no Brasil, mencionando a polarização centrada em figuras como Lula e Bolsonaro. "Parece que não existe mais ninguém no Brasil que tenha capacidade de ser presidente, só é Lula ou Bolsonaro", comenta, questionando a capacidade de outros políticos em assumir a presidência.
Confúcio Moura conclui alertando para as consequências de uma polarização prolongada, que ele acredita prejudicar áreas essenciais como educação, saúde e segurança pública. "Eu acho que a polarização demorada vai afundar mais o Brasil, que fica polarizando e se esquecendo de cuidar da educação, da saúde", finaliza, apontando a necessidade de focar no desenvolvimento sustentável do país.
CONFIRA O TEXTO:
Polarização
Por Confúcio Moura
Meus amigos, a política é complicada para a gente entender. Ela até não tem muita lógica, porque as pessoas se posicionam em vários compartimentos do pensamento político. A grande maioria pode ser pessoas do centro político, quer dizer o seguinte: esse pessoal de centro pode ser de direita e de esquerda. São pessoas que fazem a mediação, o bom senso. Eles vão para um lado, vão para o outro, mas fica ali numa certa posição compreensível
A direita tem algumas bandeiras, por exemplo, no mundo a gente verifica os países que são mais direitistas são contra os refugiados, contra a imigração de gente pobre nos seus países. Eles têm outras ideias, outros pensamentos. São contra o aborto, contra as drogas, defendem a propriedade privada e assim vai.
A esquerda é de uma abrangência mais de atendimento humanitário às pessoas. Atender mais solidariamente às pessoas, ter esse pensamento de preocupar com a saúde, com a educação, embora todos os lados podem também defender esses princípios de educação de qualidade, mas não é uma prioridade. Por exemplo, a extrema direita, ela não preocupa muito com isso.
Muito bem, o Brasil é um país ainda muito pobre, é um país ainda que não tem o direito de ficar polarizado por muito tempo. Essa polarização demorada traz problemas para o país. Fica como se fosse uma briga permanente de ideias. “Nós contra eles”. Nós somos os certos, eles são os errados. O outro lado pensa – nós somos os certos, eles são os errados. E assim vai. Isso não leva a lugar nenhum.
A gente pode ter a extrema-direita, que realmente é uma minoria. Depois temos a direita, o centro democrático e a esquerda e a extrema-esquerda. Eu estou achando que esse problema que vem de 2014 pra cá no Brasil, caminhando para essa polarização, e agora chegou ao ponto máximo com o Lula e Bolsonaro.
Parece que não existe mais ninguém no Brasil que tenha capacidade de ser presidente, só é Lula ou Bolsonaro. Não é possível uma coisa dessa. O Bolsonaro está inelegível, o Lula está no poder agora, já está com a idade avançada, então nós temos que pensar em outras possibilidades para ter realmente candidatos a presidente da República.
Será que os governadores que temos no Brasil hoje, os deputados federais, os senadores, ninguém é capaz, ninguém tem condição de ser presidente da República? Claro que tem. Eu acho que a polarização demorada vai afundar mais o Brasil, que fica polarizando e se esquecendo de cuidar da educação, da saúde, cuidar dos grandes dramas da segurança pública brasileira, enfim, da ciência, da pesquisa científica, um avanço no sentido de um desenvolvimento sustentável. Então esse é o meu ponto de vista.