Publicada em 23/05/2024 às 10h05
Pela primeira vez, o número de americanos que consome maconha quase todos os dias ultrapassou o número dos que bebem álcool na mesma frequência. Segundo especialistas, a mudança tem relação com a legalização, que tornou a erva mais comum e fez o uso recreativo crescer nas últimas décadas.
➡️ As informações são da Pesquisa Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde, referência na análise dos hábitos norte-americanos, que foi publicada nesta quarta-feira (22) e traz dados de 2022.
O levantamento mostrou que em 2022:
🚬 17,7 milhões de pessoas relataram consumir maconha diariamente ou quase diariamente.
🍺 14,7 milhões de pessoas que disseram beber todos os dias ou quase todos os dias.
Essa é a primeira vez que pesquisas indicam um consumo maior da droga que do álcool no país. O levantamento é feito desde 1992 e de lá até 2022 houve um aumento de 15 vezes na taxa per capta no consumo de maconha.
Na década de 90 eram 8,9 milhões de consumidores diários de álcool contra quase 1 milhão de usuários de maconha.
Os especialistas apontam que a alta pode estar relacionada a dois pontos:
🚬 Legalização: metade dos estados americanos permite a maconha medicinal ou recreativa. No país, 25 dos 50 estados legalizaram o uso medicinal e o recreativo da droga.
🚬 Aumento da autodeclaração: como deixou de ser ilegal em vários territórios do país, as pessoas se sentem menos inibidas em assumir o consumo, que pode ter impulsionado os dados.
Apesar da alta, a pesquisa mostra que o consumo de álcool ainda é maior, de forma geral, mas não na mesma intensidade que a maconha.
Reclassificação da maconha nos EUA
A agência de combate às drogas dos Estados Unidos (DEA) está em processo de reclassificação da maconha. Agências de notícias americanas apontam que a droga deve entrar em uma categoria em que é considerada menos nociva.
➡️ Hoje, a maconha é classificada na mesma categoria de drogas como heroína e LSD. Com a mudança, ela seria equiparada a substâncias como anabolizantes e cetamina.
Nos EUA, os estados podem criar regras próprias sobre o consumo da droga. Em metade deles, o uso recreativo e medicinal é liberado e nos demais varia entre liberações apenas medicinais ou nenhuma permissão para o uso.