Publicada em 27/06/2024 às 10h51
Um dia depois da tentativa de golpe militar na Bolívia, chefes de Estado e representantes diplomáticos dos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) vão se reunir virtualmente na tarde desta quinta-feira (27) para discutir a investida contra a democracia boliviana.
A realização da reunião foi articulada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em ligação ainda nesta quarta-feira (26), logo após a tensão na Bolívia, para Xiomara Castro, presidente de Honduras, que preside de forma rotatória a Celac.
A videoconferência acontecerá à tarde em razão do fuso horário hondurenho e da maior parte dos países da costa do Oceano Pacífico.
O encontro terá falas de líderes dos países. Apesar de ter proposto a reunião, o presidente Lula pode não participar, por conta de compromissos que terá em Minas Gerais.
É esperada a participação do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. A expectativa é de que, ao final da reunião, a Celac emita um comunicado conjunto, condenando o movimento antidemocrático na Bolívia.
Apoiador do presidente da Bolívia, Luís Arce, segura bandeira do país após tentativa de golpe fracassar nesta quarta-feira (26). — Foto: Juan Karita/AP
Diplomatas brasileiros confiam na pressão de países com ênfase ao “não golpe”. Fontes ouvidas pela TV Globo acreditam que um recado uniforme de blocos é fundamental para interromper uma onda de ameaça à democracia.
O Brasil também espera que outros recados venham de outros organismos, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), que realiza, neste momento, a sua 54ª assembleia geral, no Paraguai.
Em solo paraguaio, o Brasil está sendo representado pela secretária-geral do Itamaraty, Maria Laura da Rocha. A exemplo de outros organismos, a OEA tem uma carta de defesa democrática, de 2001, que deve ser reiterada no encontro.
“Toda a nossa arquitetura de integração regional parte da premissa de que somos democráticos”, afirmou um diplomata à TV Globo.
Visita de Lula à Bolívia
Até o momento, a visita de Estado que Lula fará à Bolívia, no dia 9 de julho está mantida. O petista terá uma reunião bilateral, na ocasião, com o presidente Luis Arce.
Na visita, o Brasil vai se manifestar pelo incentivo e reforço da integração entre os países. A Bolívia é o principal parceiro brasileiro no mercado de gás natural, considerado fundamental para o abastecimento do Brasil e da Argentina. É o único país integrado por meio de gasodutos.