Publicada em 19/06/2024 às 11h11
Porto Velho, RO – Em discurso na Câmara Federal, o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) fez novas acusações contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, referindo-se a ele como "embriagado" e "mentiroso". O parlamentar afirmou que Lula teria chamado um bebê de "monstro", utilizando essa alegação para criticar a esquerda brasileira. Neste caso, Lula questionou: “Que monstro vai sair do ventre dessa menina?”, indagou o chefe da União ao falar sobre estupro de adolescentes.
Chrisóstomo afirmou: "O Lula chamou um bebê de monstro. O que é que a Esquerda fala disso? Tudo caladinho, ficam sorrindo. Ficam sorrindo do papai Lula deles. Que horror!". Ele continuou a criticar o presidente, chamando-o de "mentiroso, ex-presidiário" e dizendo que "o Brasil se envergonha dele".
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Entretanto, p deputado também mencionou uma frase frequentemente atribuída a Joseph Goebbels, ministro da propaganda da Alemanha nazista: "Ele não diz que tem que mentir, mentir, mentir, para essa mentira se tornar verdade?". Segundo Chrisóstomo, Lula estaria ensinando a esquerda a mentir. Essa afirmação é falsa e já foi desmentida por pelo menos três agências de checagem.
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Não é a primeira vez que Chrisóstomo faz referências nazistas a desafetos políticos. O parlamentar já usou uma imagem adulterada de Alexandre de Moraes com o microfone no Supremo Tribunal Federal (STF) à frente do rosto do ministro fazendo alusão a Hitler, líder do terceiro Reich.
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Além das acusações contra Lula, o parlamentar defendeu o Projeto de Lei nº 1.904, que busca restringir o aborto após 22 semanas de gestação. "Após 22 semanas de gestação, o nascituro já está em fase viável para nascer. Não é possível admitir que ele seja morto", declarou Chrisóstomo. Ele chamou o método de abortamento por assistolia fetal de "cruel e torturante".
O deputado concluiu seu discurso pedindo apoio ao PL 1.904 e criticando aqueles que se opõem ao projeto. "Deixem de ser tipo assassino. Apoiem o PL 1.904, seus irresponsáveis. Nós pensamos na vida. Queremos vida, e não morte", afirmou.
Incitação à violência de Chrisóstomo contra opositores foi retirada das Notas Taquigráficas após 'enquadro' de Érika Hiltoin / Reprodução-Print Screen
Chrisóstomo ressaltouo que, segundo ele, é um compromisso com a defesa da vida, mencionando sua carreira no Exército: "Sou um soldado do Exército que tive a sorte de chegar a coronel. Graças a Deus, sempre defendi a vida". Ele também expressou o desejo de que sua mensagem chegasse ao programa "A Voz do Brasil" e aos meios de comunicação da Câmara.
Antes de se tornar ministro do Supremo, Flávio Dino, ex-titular da pasta de Justiça e Segurança Pública no governo Lula também era alvo de ameaças e ofensas de cunho pessoal por parte de Chrisóstomo. Na sessão da última terça-feira, 18, no entanto, após mais um disurso violento na direção de opositores, pedindo que "taquem o cacete" em quem votar contra o projeto de sua predileção, o militar foi "enquadrado" pela deputada trans Érika Hilton, do PSOL de Sâo Paulo. Ao responder, o coronel abaixou o tom de voz e disse que foi apenas uma força de expressão.
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