Publicada em 26/06/2024 às 14h24
Maria Casadevall e Caio Castro viveram um romance por pouco mais de dois anos após darem vida a um par romântico em Amor à Vida (2013). A atriz, no entanto, se assumiu lésbica em 2020 e confessou que não entendia os desconfortos que sentia em relações heteroafetivas em entrevista à Marie Claire.
Durante o bate-papo, ela revelou que sentia algo de errado no relacionamento com o ator e outros homens, mas não sabia identificar o que seria. "Alguma coisa estava meio fora do tom, fora do lugar", descreveu.
A famosa confessou que nunca reprimiu o desejo por mulheres, mas acreditava que a homoafetividade não seria uma parte central em sua vida. "Sempre enxerguei a minha atração por homens como a 'regra a ser afirmada', e o meu desejo por mulheres como uma 'experiência para ser vivida'", disse ela ao veículo.
"Só aos 31 anos, através de muito afeto e letramento, compreendi que era só mais uma vítima da estrutura que nos obriga a enxergar a heteronormatividade como via única para o sucesso amoroso, e também compreendi toda a miopia social e distorção emocional que estavam pesando sobre as minhas escolhas afetivas", completou.
Ainda na entrevista, Maria Casadevall relembrou o namoro com Caio Castro e admitiu que existia certa pressão para se encaixar em relações com homens. "Tive uma vida afetiva de relacionamentos com homens cisgênero (comecei a namorar aos 16), mas como não sabia identificar essa pressão, encarava com naturalidade o desconforto que vinha como consequência das minhas escolhas. Não sabia nomear, mas sabia que alguma coisa estava meio fora do tom, fora do lugar", desabafou.
Mesmo com o sentimento descrito, a atriz contou que se assumir lésbica foi algo natural para ela. "Descobri que a jornada de autoconhecimento é uma caminhada de uma vida inteira, e não só um retiro ou um 'mergulho'. Que estar aqui é uma escola, desde o dia em que se nasce até o dia em que a gente vai embora deste mundo", afirmou
Ela também ressaltou o quanto é importante lutar pelos direitos das pessoas LGBTQIA+. "A importância de levantar cada um desses debates e trazer visibilidade para cada um deles é, sobretudo, integrá-los como uma luta comum através do reconhecimento de que toda opressão vem como sintoma de uma única estrutura que coloca a vida a serviço do lucro e essa estrutura é capitalista, patriarcal, branca e cis-heteronormativa em sua essência", finalizou.