Publicada em 21/06/2024 às 14h07
Em entrevista à Quem, Tadeu Schmidt abriu o coração sobre a relação com as filhas. Questionado sobre aceitação da sexualidade de sua mais velha, Valentina, que se declara queer, o apresentador mandou um recado para os pais que estão passando pelo mesmo momento que ele.
“Para os pais que estão passando por esse momento de descoberta: não tem nada de errado. Não tem porque você ficar se preocupando, criticando. Não existe nada de errado na orientação sexual da pessoa. Isso diz respeito a ela”, iniciou o apresentador.
“Errado é trair, é você ser um casal hétero e ter várias amantes. Errado é ser desonesto, ser mentiroso. Agora a orientação sexual da pessoa? Esquece isso. Cada um que viva do jeito que quiser. Pelo amor de Deus, isso [o duvidar] é muito ultrapassado. E tenho dificuldade de entender os questionamentos. Mas tenho absoluta certeza de que a cada dia que passa o ser humano vai se tornando menos preconceituoso”, concluiu.
Eterna reconstrução
Ainda na mesma entrevista citada Tadeu Schmidt explicou que também tem a ajuda de sua filha mais nova, Laura, para conseguir se desconstruir a cada dia. “Se vejo um stand-up e tem uma piada falando de homem e mulher, eu mando no grupo da família ‘vocês acham que é machismo?’, e elas falam ‘é machismo’, iniciou ele.
“Aprendo com elas que não é só uma brincadeira. É um processo eterno [de letramento], e eu nunca vou ser à prova de falhas. Não tenho a pretensão de ver esse futuro, mas imagino que daqui a 200 anos vão olhar para trás e pensar ‘meu Deus do céu, no século 21 as pessoas se importavam com a orientação sexual dos outros por quê?”, questionou.
“O que interessa a orientação sexual de alguém?’ Isso não me diz respeito e mais: não tem absolutamente nada que diga que é errado ou que é ruim. Eu cresci numa sociedade homofóbica. Sou de uma geração absolutamente homofóbica, que ia para o estádio e atacava o outro por xingamentos homofóbicos, que fazia piada homofóbica, que criticava alguém e falava assim ‘ah, fulano tem sucesso, mas é gay, né?’, como se isso fosse um problema”, opinou.
“Éramos mais preconceituosos no passado, estamos menos preconceituosos hoje e seremos muito menos preconceituosos no futuro até um ponto em que vai acabar o preconceito. É um caminho inexorável, não tem como voltar atrás”, concluiu Tadeu.