Publicada em 06/07/2024 às 10h49
A ‘Caravana da Monilíase’ é um projeto voltado ao treinamento e aplicação de técnicas educativas e interativas sobre os sintomas da monilíase, com ênfase nas medidas de prevenção e protocolos de notificação de casos suspeitos. A ação, desenvolvida pelo governo do estado, contou com apoio de diversos parceiros e atendeu cerca de 300 famílias ligadas ao projeto de Reflorestamento Econômico Consorciado Adensado (Reca), no distrito de Nova Califórnia, área rural de Porto Velho.
De iniciativa da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (Idaron), entre os dias 25 e 28 de junho, com a cooperação de lideranças comunitárias da região, servidores da Idaron e profissionais da Bahia, Pará, Acre e Amazonas desenvolveram atividades educativas em escolas, faculdade e associações de agricultores, orientando sobre como prevenir os sinais da monilíase, uma praga de revelante impacto econômico causada pelo fungo Moniliophthora roreri, que ataca diretamente o fruto do cacau e cupuaçu.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, com esse trabalho, a Agência tem formado uma grande rede de vigilância para evitar qualquer ameaça ao cupuaçu e ao premiadíssimo cacau de Rondônia e proteger o restante do Brasil.
Segundo o auditor-fiscal agropecuário, Paulo Sérgio Bevilaqua de Albuquerque, pesquisador da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) do Pará, que integrou a equipe de palestrantes, as ações preventivas como a ‘Caravana da Monilíase’ são fundamentais para evitar a introdução da doença nas lavouras de Rondônia, “porque o homem, quando desinformado, é o principal agente disseminador da monilíase em longas distâncias”, pontuou.
TRABALHO DE BASE
“De acordo com o gerente de Inspeção e Defesa Sanitária Vegetal, Jessé de Oliveira, com o êxito do programa, a entrada da monilíase em território rondoniense será retardada, “caso haja a introdução, a Idaron terá um trabalho de base forte para mitigar os possíveis efeitos da praga”, afirmou.
A coordenadora técnica do projeto Reca, Taysa Faltz Macedo, destacou que, o cupuaçu representa mais de 60% da renda dos produtores ligados ao projeto e que, por meio da Caravana, a Idaron traz uma atenção maior para prevenção de pragas na região. “Esse trabalho nos possibilita identificar a doença quando ela ainda está no começo e reforçar as ações de combate, o que é muito importante para que não haja propagação, caso a doença chegue às nossas lavouras”, evidenciou.
O resultado da Caravana também foi destacado pelo diretor-presidente do Reca, Hamilton Condack. “A Caravana da Monilíase é de suma importância para a proteção do cacau e do cupuaçu. Temos no Reca, mais de 300 famílias associadas e muitas delas dependem 100% do cupuaçuzeiro para a comercialização, então, nos tranquiliza saber das medidas adotadas, caso a doença seja introduzida em nossas lavouras”, afirmou.
O produtor rural, Natal Schroeder, com mais de 80 anos, é um dos que se sentiu prestigiado pelas informações levadas à comunidade pela Idaron. “Trabalho há muito tempo com cupuaçu, já conhecia os sintomas da monilíase, mas não sabia o nome da doença e nem como prevenir. Agora, além de saber como agir para evitar a introdução da praga, também sei a quem procurar, caso haja contaminação dos frutos”, referenciou.
A engenheira agrônoma, Ludmila Coutinho da Silva, da Unidade da Idaron de Extrema, chamou atenção para o número de pessoas, as quais buscaram informação e que participaram das ações educativas, tanto nas escolas quanto nas próprias comunidades. “Depois do trabalho de formação aos 205 técnicos multiplicadores, que aconteceu no auditório do Reca, foram formados grupos de trabalhos que se dividiram para atender todas as localidades próximas a Nova Califórnia, conforme programação do treinamento”, informou.
AÇÕES EDUCATIVAS
Na escola Altina Magalhães, na zona rural do Acre, o trabalho envolveu 75 estudantes. Na escola União da Vitória, no Ramal Pioneiros, em Nova Califórnia, a ação contou com a participação de 11 alunos e um professor. Na escola Bandeirantes, área urbana de Nova Califórnia, 70 alunos participaram das atividades, e na escola Família Agrícola Jean Pierri Mingan, na sede do Reca, foram atendidos 45 alunos.
Os trabalhos também foram realizados nas comunidades agrícolas no Ramal Baixa Verde, em Nova Califórnia, na BR-364, com 20 produtores, na Linha 12, com 10 produtores, na sede do Reca, com 70 produtores em uma faculdade em Extrema, com cerca de 30 participantes. “Na oportunidade foram feitas palestras técnicas sobre a Monilíase, jogos educativos, dinâmicas e espaços de discussão com os participantes”, explicou a coordenadora do Programa de Educação Sanitária, Rachel Barbosa.
No último dia de evento, na sexta-feira (28) houve apresentação dissertativa sobre as atividades, com análise dos relatórios finais, e apresentação do Reca sobre melhoramento genético do cupuaçu, contou com um técnico. No total, as atividades envolveram 675 pessoas, entre equipe organizadora, técnicos multiplicadores e participantes.
PARCERIAS
A 3ª edição da ‘Caravana da Monilíase’ contou com a parceria de várias entidades, com apoios diversos, como o Reca, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Acre (Idaf), o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), a Entidade Autárquica de Assistencial Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), instituições financeiras, lojas agropecuárias, viveiros; dentre outros.