Publicada em 17/07/2024 às 15h30
Nomeação de presidente Biden ocorreria de forma virtual no início de agosto. Movimentação dos democratas acontece dias após a oficialização de Donald Trump como candidato republicano às eleições presidenciais em novembro. Ao mesmo tempo, uma pesquisa indica que quase dois terços dos eleitores democratas querem que Biden saia da corrida.
Os democratas planejam realizar uma votação virtual na primeira semana de agosto para oficializar a candidatura do presidente Joe Biden à Casa Branca. A movimentação ocorre após a oficialização do republicano Donald Trump para a corrida eleitoral nesta semana.
A votação virtual não ocorrerá até agosto, mas o Partido Democrata está comprometido em realizar essa votação antes de 7 de agosto, prazo limite de inscrição de candidaturas no estado de Ohio, segundo uma carta enviada aos membros do comitê de regras da Convenção Nacional Democrata obtida nesta quarta (17) pela agência de notícias Associated Press.
Caso isso aconteça, a nomeação de Biden como candidato do partido ocorreria antes do previsto -- normalmente essa formalização acontece durante a Convenção Nacional Democrata, que está agendada para 19 a 22 de agosto em Chicago.
Ao mesmo tempo, uma nova pesquisa indica que quase dois terços dos eleitores democratas (65%) querem que o presidente Joe Biden desista da candidatura. A consulta foi realizada pelo Centro de Pesquisa de Assuntos Públicos AP-NORC e a maioria das entrevistas foi realizada antes do atentado contra Trump. (Leia mais abaixo)
Apesar do aumento da pressão em Biden pela desistência da candidatura à reeleição, a pesquisa de intenção de voto mais recente realizada pela Ipsos indica que Trump e Biden estão empatados tecnicamente, com 43% e 41%, respectivamente.
O comitê de regras da convenção democrata se reunirá nesta sexta-feira (19) para discutir seus planos e os finalizará na próxima semana, ainda de acordo com a carta, escrita pelos co-presidentes do comitê Leah D. Daughtry e o governador de Minnesota, Tim Walz.
"Não implementaremos um processo de votação virtual apressado, embora comecemos nossa importante consideração de como um processo de votação virtual funcionaria", escreveram Daughtry e Walz.
O partido democrata anunciou em maio que realizaria uma chamada de votos antecipada para garantir que Biden qualificasse para a cédula em Ohio, que originalmente tinha um prazo até 7 de agosto, mas o estado desde então mudou suas regras. A campanha de Biden insiste que o partido deve operar sob as regras iniciais de Ohio para impedir qualquer possibilidade de legisladores republicanos imponham desafios legais para ter o presidente na cédula do estado.
A carta de Daughtry e Walz chega um dia após notícias de que ao menos três políticos democratas da Câmara, contrários a uma rápida nomeação de Biden como candidato do partido às eleições, preparavam outra carta levantando “sérias preocupações” sobre os planos para uma chamada virtual de votos.
Essa outra carta, que teria como signatários os deputados Susan Wild, Mike Quigley e Jared Huffman, segundo a Reuters, diz que seria uma “péssima ideia” sufocar o debate sobre o candidato do partido com a votação antecipada. “Poderia profundamente minar a moral e a unidade dos democratas”, disse a carta, obtida pela AP.
O ex-presidente Donald Trump foi oficializado como candidato republicano à Casa Branca na segunda-feira (15) durante a Convenção Nacional Republicana em Milwaukee, em Wisconsin. A formalização é um processo padrão após vitória nas prévias do partido. No mesmo dia, Trump indicou o senador republicano J.D. Vance para ser seu vice e a chapa também foi formalizada.
Quase dois terços dos eleitores democratas acreditam que o presidente Joe Biden deveria se retirar da corrida presidencial e deixar seu partido nomear outro candidato, de acordo com uma nova pesquisa.
Segundo a pesquisa, realizada pelo Centro de Pesquisa de Assuntos Públicos AP-NORC, 65% dos democratas dizem que Biden deveria se retirar. No geral, 7 em cada 10 adultos americanos dizem que Biden deveria desistir da corrida.
O resultado enfraquece o discurso adotado pelo presidente dos EUA pós-debate de que os "democratas comuns" ainda estão com ele, mesmo que alguns "grandes nomes" estejam se voltando contra ele.