Publicada em 19/07/2024 às 10h10
Ao longo deste mês de julho, o governo de Rondônia vem desenvolvendo uma série de ações dentro da programação do Julho Roxo, uma estratégia para lembrar que a hanseníase, apesar de ser uma das doenças mais antigas, ainda é um enorme desafio sanitário a ser combatido. Uma das principais ações tem sido o treinamento de profissionais da medicina e enfermagem sobre métodos de diagnóstico. Uma equipe da Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa/RO) seguiu na terça-feira (16), para capacitar profissionais nos municípios de Santa Luzia do Oeste, Castanheiras, Parecis e Novo Horizonte do Oeste.
As ações acontecem em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde (Semusa) de Porto Velho. Cerca de 100 pessoas que atuam no sistema prisional da Capital e em unidades de saúde já participaram das capacitações.
DIAGNÓSTICO
Em um treinamento realizado na terça-feira (16), na Unidade de Saúde da Família Ronaldo Aragão, no Bairro Nacional, um caso novo foi confirmado em uma mulher que nem desconfiava estar com a doença. Uma enfermeira suspeitou de manchas na pele da paciente e a levou ao médico, que confirmou o diagnóstico. O diretor-geral da Agevisa, Gilvander Gregório de Lima, destacou que durante a ação a mãe de família foi diagnosticada e já iniciou o tratamento, “não vai transmitir aos familiares e, principalmente, em breve estará curada,” pontuou.
Segundo a enfermeira da equipe técnica do Programa Estadual da Hanseníase da Agevisa, Albanete Mendonça, além da complexidade do diagnóstico, especialmente pela falta de capacitação de profissionais da saúde, a falta de informação, o desconhecimento sobre as formas de transmissão e a existência da cura, há ainda o estigma devido às sequelas físicas que a doença pode causar.
“Tão logo a doença seja diagnosticada, a pessoa para de transmitir a doença quando começa a fazer uso do medicamento. Isso reforça ainda mais a importância de buscar auxílio médico quando forem percebidos os primeiros sinais. Além de se curar e garantir qualidade de vida ao evitar sequelas, o paciente também evita a infecção de outras pessoas”, explicou a enfermeira.
PARCERIA E INCLUSÃO
O governo do estado renovou a parceria com a Fundação NHR Brasil, uma entidade civil que desenvolve pesquisas e projetos que contribuem para a inclusão e autonomia de pessoas acometidas de hanseníase. Em Rondônia, desenvolve um projeto de fabricação de biojoias, em parceria com a Agevisa.
O tratamento da hanseníase é gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e deve ser iniciado logo após o paciente ser diagnosticado com a doença, podendo ter duração de seis meses a um ano, dependendo do tipo de evolução da doença.