Publicada em 08/07/2024 às 15h59
Chefe do grupo terrorista disse aos mediadores da trégua que responsabiliza o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e as ações do exército israelense em Gaza por um possível colapso nas negociações. No domingo (7), o Hamas havia flexibilizado seu posicionamento nos termos por um cessar-fogo.
O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, acusou Israel nesta segunda-feira (8) de uma escalada nas ações guerra na Faixa de Gaza e disse que as negociações por um cessar-fogo na guerra podem voltar à estaca zero. No sábado (6), o grupo terrorista havia flexibilizado seu posicionamento nos termos por uma trégua.
A mensagem foi transmitida pelo canal do Hamas no Telegram. Segundo a nota, o grupo terrorista informou sua objeção aos mediadores das conversas de cessar-fogo --Estados Unidos, Egito e Catar.
Haniyeh disse também aos mediadores que responsabiliza totalmente o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o Exército israelense por um possível colapso das negociações.
Ainda nesta segunda, o Hamas também acusou Netanyahu de colocar obstáculos nas negociações de cessar-fogo, e pediu aos mediadores que intervenham para interromper o que chamou de "manipulações e crimes" do líder israelense.
Tanques israelenses avançaram sobre a Cidade de Gaza após uma noite de bombardeios que, segundo autoridades de Gaza, mataram dezenas de pessoas, mesmo com as negociações para um acordo de cessar-fogo em um estágio avançado.
"Enquanto o movimento Hamas demonstra flexibilidade e positividade para facilitar a obtenção de um acordo para deter a agressão sionista, Netanyahu está colocando obstáculos adicionais no caminho das negociações ao escalar sua agressão e crimes contra nosso povo", disse o grupo.
No domingo (7), um ataque aéreo israelense na Cidade de Gaza matou Ehab al-Ghussein, um alto oficial do governo do Hamas, segundo a Reuters.
O governo israelense não respondeu às declarações do Hamas até a última atualização desta reportagem.
A guerra na Faixa de Gaza entre Israel e Hamas foi desencadeada em 7 de outubro de 2023, quando combatentes do grupo terrorista atacaram o sul de Israel, matando 1.200 pessoas e tomando cerca de 250 reféns, segundo autoridades israelenses.
Desde então, ao menos 38 mil palestinos foram mortos em Gaza na ofensiva militar israelense, entre eles mulheres e crianças, e quase 90 mil ficaram feridos, segundo levantamento do ministério da saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, em atualização nesta segunda-feira.
Flexibilização
O Hamas havia flexibilizado seu posicionamento neste sábado (6) sobre o que desejam para um possível cessar-fogo na guerra em Gaza. O que antes gostariam de uma interrupção permanente, um integrante do grupo extremista afirmou a Reuters que agora poderiam aceitar uma proposta temporária.
Diversos oficiais no Oriente Médio e nos EUA ouvidos pela Associated Press acreditam que o nível de devastação na Faixa de Gaza causado pela ofensiva israelense provavelmente ajudou a pressionar o Hamas a suavizar suas exigências por um acordo de cessar-fogo.
Um integrante do grupo disse que a pausa valeria somente se ocorresse durante a 1ª fase do projeto dos Estados Unidos voltado a trégua no conflito. As etapas, no entanto, ainda não tem data para acontecer.
Ao jornal norte-americano CNN, outro integrante declarou também que a interrupção poderia auxiliar na entrada de ajuda humanitária na região. A expectativa é que a pausa comece a valer no máximo 16 dias após a implementação do projeto norte-americano.