Publicada em 10/07/2024 às 11h50
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um tribunal em Moscou ordenou à revelia nesta terça-feira (9) a prisão de Iulia Navalnaia, viúva do político de oposição russo Alexei Navalni, por dois meses. Navalni morreu em fevereiro em uma cadeia na região de Iamalo-Nenets, no Ártico, e cumpria 30 anos de pena por condenações diversas.
O tribunal acusou Navalnaia, que vive fora da Rússia, de participar de um grupo extremista. A decisão significa que ela seria presa se colocasse os pés no país de Vladimir Putin.
Iulia Navalnaia, 47, ganhou relevância internacional após a morte de seu marido e disse que continuará a lutar pelo que Navalni chamou de "a bela Rússia do futuro".
Nesta terça-feira, Navalnaia pediu aos seus apoiadores que se concentrassem não na ordem de prisão contra ela, mas na luta contra o presidente russo.
"Quando vocês escreverem sobre isso, por favor, não se esqueçam de escrever a coisa principal: Vladimir Putin é um assassino e um criminoso de guerra", disse.
"O lugar dele é na prisão, e não em algum lugar em Haia, em uma cela aconchegante com uma TV, mas na Rússia –na mesma colônia e na mesma cela de dois por três metros em que ele matou Alexei."
O Kremlin negou ter ordenado a morte de Navalni. Desde então, Navalnaia se encontrou com vários líderes ocidentais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden,
O grupo sem fins lucrativos com sede nos EUA, Human Rights Foundation, nomeou Navalnaia como sua presidente na semana passada, e ela disse que usaria o novo cargo para intensificar a luta travada por seu marido contra Putin.
"Vamos considerar tudo o que possa ser útil para lutar contra Putin, para lutar pela bela Rússia do futuro", disse Iulia Navalnaia no X.