Publicada em 08/07/2024 às 11h30
Em função da seca do rio Madeira causada pela ausência de chuvas no período de estiagem amazônico, a Prefeitura de Porto Velho, através da Defesa Civil, segue monitorando as bacias amazônicas e o nível do rio, como medidas instituídas pelo decreto municipal de 19.800 de 8 de março de 2024, que criou o Comitê de Gestão de Crise para o gerenciamento das ações, antecipando o planejamento de atividades voltadas para minimizar os impactos da severa seca que se anuncia para os próximos meses.
Na manhã de sexta-feira (5), o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), realizou mais uma reunião, na sede do órgão, com membros do Comitê Municipal de Gestão de Crise, composto pela Defesa Civil, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema), Secretaria Municipal de Assistência Social e da Família (Semasf), Secretaria Municipal de Saneamento e Serviços Básicos (Semusb), Superintendência Municipal de Integração Distrital (SMD), Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), Secretaria Municipal de Educação (Semed) e representantes da Procuradoria-Geral do Município (PGM), além de órgãos que atuam no monitoramento e frentes de ação das bacias e rios amazônicos, no setor de transportes, meio ambiente e orçamentários do Estado de Rondônia.
Na sexta-feira o Rio Madeira registrou 3,90m, bem abaixo do ano passado para o mesmo período. O prognóstico da situação de crise hídrica, avaliado pela reunião, é que a situação da seca do Madeira seja de moderada a severa, por isso, a importância das reuniões constantes para avaliações e monitoramento da situação, já que a severa estiagem resulta no exaurimento da água nos mananciais, o que causa o desabastecimento de água às populações localizadas em áreas urbanas e rurais e, consequentemente, prejuízos econômicos e sociais à comunidade afetada, impactos graves nas atividades agrícolas, na pecuária, na navegabilidade do Rio Madeira e em outras atividades econômicas essenciais à população.
Especialistas concluíram durante a reunião que as previsões meteorológicas preveem ainda baixos níveis pluviométricos em virtude do fenômeno El Niño e que, mesmo com probabilidade grande da instalação do fenômeno La Niña, não haverá mudança em nossa região, por já se tratar de uma época seca e sem chuvas. Devido a essa consideração, os gestores chegaram a conclusão de que as reuniões são imprescindíveis para enfrentar esse prognóstico emergencial. De acordo com técnicos da Censipam, até o final deste mês, o nível do rio Madeira pode chegar a 2,28m, considerado uma anomalia severa muito maior do que o mesmo período do ano passado e com a previsão ainda de sofrer tendência a chegar a menos de 1m durante o próximo trimestre.
REUNIÕES SALA DE CRISE
As Salas de Crise são ambientes de coordenação e articulação de atores governamentais e não governamentais que são ou podem ser impactados pelos efeitos de crises hídricas ou têm alguma atuação sobre elas. A sala é, assim, uma das ferramentas utilizadas na gestão de eventos hidrológicos críticos envolvendo bacias ou regiões com reservatórios ou outras infraestruturas hídricas com o objetivo de promover medidas de aumento da segurança hídrica.
As reuniões têm permitido a discussão do planejamento de ações para minimizar os efeitos negativos causados pela seca, permitindo a participação tanto presencial como por videoconferência dos atores envolvidos na tomada de decisões acerca do enfrentamento da crise hídrica no estado, como orientações aos navegadores, dragagem no rio, perfurações de poços, distribuição de água e mantimentos aos ribeirinhos, pela estiagem do período.
Pela urgência do cenário desfavorável, os encontros, que estão acontecendo quinzenalmente, poderão passar a ocorrer semanalmente conforme necessidade, para tentar abrandar os impactos severos para os diversos setores que não podem ficar sem abastecimento de água.
A próxima reunião está prevista para o dia 30 de julho e poderá ser acompanhada pelo público através da plataforma Youtube.