Publicada em 31/08/2024 às 11h11
A duplicação e adequação da BR 364, principal rodovia federal em Rondônia, no trecho entre Porto Velho a Vilhena, na divisa com o Mato Grosso com pouco mais de 720 quilômetros está deixando de ser um sonho para se tornar realidade. Em períodos de safras de grãos (soja, milho, café), além da carne de gado, transitam na ligação Vilhena-Porto Velho cerca de 2,4 mil carretas, bitrens, treminhões, além de os veículos de passeio.
O alicerce da 364 é da década de 70 e não tem as mínimas condições de a demanda veículo atual, principalmente de carga. Por isso é necessária uma restauração e não somente recuperação. Os constantes trabalhos de tapa-buracos, que não atendem as necessidades da rodovia e só favorecem as empreiteiras.
O Governo Federal publicou edital, que será aberto no próximo dia 24, para o leilão de concessão para duplicação e adequação da 364 para março de 2025. O edital para a rodovia, a Rota do Agro Norte prevê uma série de etapas, que incluem duplicação de trechos críticos, construção de terceiras faixas, construção de viadutos e a ampliação de faixas de rodagem.
O trecho com 729 km é fundamental para a economia do Estado e ao País. A previsão é de duplicação da ligação Jaru e Presidente Médici com cerca de 113km e 200 km de terceiras faixas, com previsão de investimentos de R$ 4,1 bilhões e mais custos operacionais de R$ 3,9 bilhões.
Estão inclusos no edital “a construção de seis praças de pedágios, recuperação e restauração de trechos danificados e aplicação de novo revestimento, melhorias na sinalização, implementação de novas placas de sinalização em trechos mais perigosos, visando reduzir o número de acidentes, construção de pistas marginais para facilitar o acesso às propriedades rurais e melhorar a fluidez do tráfego de veículos pesados”.
O trecho da 364 que será readequado e recuperado é chamado de “Corredor da Morte”, devido ao elevado número de acidentes, a maioria com óbitos. Este ano o “Verão Amazônico” (estiagem durante meses) o maior dos últimos 50 anos, com rios secando, inclusive o Madeira, que está com a navegação suspensa à noite e limitada durante o dia, com as embarcações navegando com cargas mínimas.
Devido ao longo período sem chuvas, a 364, ainda, não está tomada pelos buracos, que ocorre todos os anos durante o período de seca. Mas o trânsito é intenso e, os cerca de 400km de Porto Velho a Ji-Paraná, por exemplo, além das passagens pelas áreas urbanas de Ariquemes, Jaru e Ouro Preto do Oeste, não oferece pontos de ultrapassagens seguros e, boa parte dos veículos de passeio fica durante a maioria do trecho, atrás dos veículos pesados.
Já que o Governo Federal está disposto a investir em melhorias na BR 364 é necessário que as Bancadas Federais de Rondônia e do Acre, que também é atendido pela rodovia, se agrupem para que, após a licitação os trabalhos sejam desenvolvidos com rapidez. A 364 recuperada e adequada não será importante, como é, somente para a economia dos Estados, mas do País.
É necessário que os três senadores deixem de lado vaidades pessoais, siglas partidárias, divergências regionais e unam forças em torno do que é melhor para o Estado. Temos dois senadores de direita, Marcos Rogério e Jaime Bagattoli, ambos do PL, além de Confúcio Moura (MDB), de centro-esquerda. Que eles venham a somar forças com os oito deputados federais na cruzada pela modernização e adequação da 364.
Senadores e deputados federais unidos, com apoio do Governo do Estado, Assembleia Legislativa e a Associação Rondoniense dos Municípios (Arom) devem deixar de lado as divergências partidárias e buscar junto ao Governo Federal, o que é melhor para Rondônia. A reconstrução e adequação da BR 364 é um compromisso da bancada federal, que representa a população.
O grupo de políticos federais deve provar ao povo de Rondônia, que não é o menos operante dos que já passaram pelo Congresso Nacional como se comenta em Rondônia. É preciso de mais e melhores ações em favor do Estado, da região. Rondônia tem pouco mais de 40 anos de emancipação político-administrativa e, é considerada economia emergente do País oferecendo oportunidades econômica, social e financeira superior a outros estados. É um novo Eldorado, principalmente na agricultura e pecuária.
Senadores e deputados federais da atual legislatura, com raríssimas exceções não estão cumprindo com o mínimo de os compromissos de um político integrante do Congresso Nacional. É necessário deixar de lado as vaidades pessoais, as divergências regionais e priorizar a maioria da população.
O político deve –e precisa– se conscientizar, que os demais militantes da área, todos eleitos pelo povo, não importa o partido, não é um inimigo, mas sim um adversário. As vaidades pessoais devem ser abolidas e a prioridades da população priorizadas.
Além dos três senadores temos que cobrar, também, os oito deputados federais, Lúcio Mosquini (MDB), Thiago Flores (Republicanos), Sílvia Cristina (PL, Fernando Máximo (UB), Chrisóstomo Moura (PL), Cristiane Lopes (UB), Eurípedes Lebrão (UB) e Maurício Carvalho (UB).
A bandeira dos políticos federais deve ser única: a de Rondônia.