Publicada em 02/08/2024 às 15h52
O Partido Democrata aprovou nesta sexta-feira (2) a indicação de Kamala Harris para disputar as eleições presidenciais de 5 de novembro contra Donald Trump. A vice-presidente garantiu a maioria dos votos dos delegados na votação online que começou nesta quinta, segundo porta-voz do partido.
Em seu perfil no X, após o anúncio, Kamala agradeceu:
"Estou honrada em ser a candidata democrata para presidente dos Estados Unidos. Aceitarei oficialmente a nomeação na semana que vem. Esta campanha é sobre pessoas se unindo, movidas pelo amor ao país, para lutar pelo melhor que nós somos".
Mais cedo, a equipe de campanha de Kamala anunciou que, em julho, arrecadou US$ 310 milhões, o equivalente a R$ 1,76 bilhão, o dobro de Donald Trump. A vice-presidente também usou o X para comemorar o apoio que tem recebido através de doações:
"Eu estou honrada em compartilhar que nossa campanha teve o melhor mês de arrecadação de fundos da história. Cada dólar ajuda nossa campanha a alcançar eleitores em todo o país e em nossa luta pela liberdade, oportunidade e a promessa da América".
Apesar da vice-presidente já ter alcançado os votos necessários, a votação online continua até segunda-feira (5). Segundo a agência Associated Press, ela irá conversar com potenciais candidatos a serem seus parceiros de chapa neste fim de semana (veja quem são os cotados ao posto).
A nomeação formal deve ser finalizada até a próxima quarta-feira (7), antes da convenção do partido, que será realizada em Chicago entre 19 a 22 de agosto. Esse é o prazo final para garantir que os candidatos apareçam na cédula do estado de Ohio, explicaram autoridades democratas à AP, justificando o cronograma acelerado e a votação online.
Ao fazer o anúncio oficial da escolha de Kamala, o presidente do Comitê Nacional Democrata, Jaime Harrison, ressaltou:
"O fato de podermos dizer hoje, apenas um dia após abrirmos a votação, que a vice-presidente ultrapassou o limite da maioria e será oficialmente nossa indicada na semana que vem, pessoal, é simplesmente extraordinário".
Mais cedo, a Reuters informou que Harris adicionou dois ex-assessores de Barack Obama à sua equipe de campanha presidencial, segundo uma fonte: David Plouffe, um estrategista político americano que comandou a bem-sucedida campanha de 2008, e Stephanie Cutter, que atuou como diretora de comunicações da Casa Branca e foi vice-gerente de campanha.
"Um processo transparente"
Após a desistência do atual presidente, Joe Biden, em seguir na corrida eleitoral, Kamala Harris surgiu rapidamente como a única substituta possível, com o apoio de dirigentes do partido e melhores resultados que Biden nas pesquisas.
A vice-presidente também conseguiu reanimar a base democrata, com efeito imediato em sua campanha de arrecadação de fundos, que em poucos dias recebeu mais de US$ 200 milhões.
Livre dos riscos de um conflito interno que surgiram brevemente no horizonte após a desistência de Biden, os democratas iniciam esta convenção com a intenção de demonstrar um apoio sólido a Harris.
"Nosso partido enfrentou este momento sem precedentes com um processo transparente, democrático e organizado para se unir em torno de uma candidata confirmada que nos liderará na luta que temos pela frente", disse Jaime Harrison, presidente do partido.
A disputa contra Donald Trump nas urnas promete ser difícil, mas os democratas estariam agora, segundo as pesquisas, em melhores condições para enfrentar o magnata, que há poucas semanas era o favorito à Casa Branca.
A menos de 100 dias das eleições, o republicano intensificou seus ataques a Harris, acusando-a na quarta-feira de usar o fato de ser negra com motivos eleitorais.
Filha de pai jamaicano e mãe indiana, Harris é a primeira pessoa negra e asiática a se tornar vice-presidente dos Estados Unidos.
Companheiro de chapa
Além da confirmação da candidatura, os democratas têm mais um passo importante a dar nos próximos dias: a escolha do companheiro de chapa de Kamala, que se tornará vice-presidente caso seja eleita.
Os nomes de quatro governadores de estados-chave, além de um senador, são mencionados por analistas políticos, mas Harris "ainda não tomou uma decisão", destacou sua equipe na tarde desta terça-feira (30).